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Terça-feira, 19 de maio, é o Dia Mundial da Hepatite, infecção provocada por um grupo de vírus que, ao comprometer em graus variados o funcionamento do fígado, pode levar o doente à morte. Atualmente, são conhecidos cinco tipos de hepatites virais – A, B, C, D e E. Destas, apenas duas podem ser prevenidas pela vacinação: as dos tipos A e B.
De acordo com dados preliminares do Inquérito Nacional de Hepatites Virais, divulgados em 7 de maio em workshop internacional sobre o assunto em Pernambuco, o vírus da hepatite A já atingiu 40% da população brasileira até 19 anos. Realizado pelo Ministério da Saúde a partir da análise de mostras de sangue de mais 31 mil pessoas coletadas de 26 capitais e o Distrito Federal, o levantamento mostrou que o campeão em prevalência é o Distrito Federal, com 65% de resultados positivos. Logo depois vêm Nordeste e Centro-Oeste, com 56%. Por último, Sudeste e Sul, com 37% e 35%, respectivamente.
A presidente do Instituto do Fígado de Pernambuco (IFP) e coordenadora do inquérito, Leila Beltrão, revelou que 0,5% a 0,7% dos pesquisados têm hepatite B, de transmissão preferencialmente sexual. O tratamento desse tipo de hepatite minimiza os danos, sem eliminar completamente o vírus. Já a hepatite C, para a qual não há vacina, afeta de 1,6% a 2% da população.
Apesar de não deixar sequelas, a hepatite A não é uma doença absolutamente benigna. Seu impacto sobre o corpo humano depende da idade com que o indivíduo contrai a doença. Cerca de 70% das crianças com menos de 5 anos desenvolvem a hepatite sem apresentar sintomas. Acima desta idade, 70% dos infectados têm icterícia, vômitos, náuseas, mal-estar, falta de apetite e febre. Entre 10 a 20% dos casos demandam internações por conta de complicações como mal-estar e desidratação.
A doença pode ainda causar a morte por falência do fígado. É a hepatite fulminante que leva ao óbito 2% de adultos acima de 40 anos e de 0,1% abaixo desta idade.
"Nestes casos, a morte só pode ser evitada pelo transplante do fígado que, além de ser de altíssimo custo, nem sempre pode ser realizado por falta de doador compatível", explica Lucia Bricks, Doutora em Medicina pela USP e gerente-médica da Sanofi Pasteur, a divisão de vacinas do grupo francês Sanofi-Aventis.
Em contrapartida, a hepatite B é uma das mais perigosas hepatites virais. A exemplo da AIDS, pode ser transmitida sexualmente, mas a capacidade de contágio do vírus da hepatite B é 100 vezes maior. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que 2 bilhões de pessoas já tiveram contato com o vírus da hepatite B.
Deste total, 350 milhões tornaram-se portadores crônicos da doença – cerca de 5% da população mundial. De 10 a 50% dos doentes crônicos vão desenvolver câncer de fígado ou cirrose hepática, dependendo da idade da infecção.
Embora sejam provocadas pelo mesmo grupo de vírus, esses tipos de hepatite são transmitidos de formas diferentes. A transmissão do tipo A é fecal-oral, pela ingestão de água ou alimentos contaminados. Já a disseminação do tipo B ocorre pelo contato com o sangue e secreções corpóreas de uma pessoa infectada. A mulher infectada pode contagiar o filho no parto. O uso compartilhado de seringas e injeções contaminadas tam