O programa É De Farmácia do dia 29 de outubro contou com a presença do sócio-proprietário da Inforpop Pharma, Maurício Freitas, para falar sobre os fatores que levam à baixa lucratividade das farmácias com o programa Aqui Tem Farmácia Popular.
O programa nas farmácias
Em 2006, eram menos de 5 mil estabelecimentos credenciados ao programa. Atualmente, são 29 mil drogarias cadastradas, e 20% da população brasileira se utiliza desse recurso. Freitas afirma que, com esses dados, é possível perceber que ainda é vantajoso para as farmácias participarem do Aqui Tem Farmácia Popular.
“Uma em cada cinco pessoas usa algum item que está disponível no convênio. Os empresários têm a possibilidade de atender a população, aumentar o seu rendimento e estar em áreas em que, muitas vezes, os concorrentes não estão”, defende Maurício.
Investimento no Aqui Tem Farmácia Popular
O governo afirmou que iria investir R$ 2,6 bilhões no programa ao longo de 2019, ou seja, 7,35% a mais do que no ano passado, para os produtos de copagamento. “O convênio tem dez categorias de produto, das quais sete são de copagamento, como fraldas geriátricas, anticoncepcional, medicamento para Parkinson e osteoporose. Alguns deles não são conhecidos pelos empresários como parte do programa, que vendem apenas os que são gratuitos. Ter essa consciência possibilita aumentar as vendas pelo programa”, explica o especialista.
Cenário atual do programa
Outro ponto citado por Freitas foi a grande variação de opiniões em relação ao Aqui Tem Farmácia Popular. Para explicar, ele lembra sobre o corte de 50% de um dos produtos mais vendidos pelo convênio, o Losartana. “Isso fez com que muitos empresários ficassem pessimistas. Porém, o corte correspondeu ao valor que o governo estava pagando a mais do que aquele praticado pelo mercado em geral”, explica.
Os produtos de gratuidade foram atingidos pela redução do repasse, enquanto os de copagamento sofreram pouco com esses cortes, conseguindo manter os valores de antes. Entretanto, Freitas não encara isso como uma ameaça ao programa. “É um convênio ainda muito lucrativo.”
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Fatores que influenciam a perda de lucratividade
No programa, Maurício fala sobre os fatores que podem contribuir para a diminuição da lucratividade nas farmácias. Um deles é o balconista desmotivado. “Ele é a linha de frente do negócio. Muitas vezes, os empresários não conversaram com esse profissional sobre a importância das vendas pelo Farmácia Popular, e a burocracia da receita e de não saber lidar com o sistema o desmotivam”, aponta ele.
Essa burocracia excessiva pode comprometer as vendas pelo programa. “A burocracia é necessária, mas o empresário precisa facilitar a vida do balconista.”
Produtos mais lucrativos são menos desconhecidos
Existem alguns produtos que não são associados ao programa pela população, mas que podem contribuir para o aumento da lucratividade da farmácia se forem melhor explorados no ponto de venda. Um exemplo é a fralda geriátrica. “Clientes que precisam da fralda todo mês podem pegá-la no Farmácia Popular, mas ainda assim é um item pouco valorizado por desconhecimento”, diz Freitas.
Ele revela que poucas drogarias sabem como vender a fralda pelo convênio, fazendo-o diretamente no balcão com desconto. “No programa, tem o subsídio que entra no lugar do desconto, de forma que a farmácia fature mais e o cliente pague menos”.
Além disso, o Farmácia Popular ajuda na fidelização do público. O grande diferencial hoje é o cliente que faz uso contínuo de medicamentos, que vai todo mês à farmácia. Continuando o exemplo da fralda geriátrica: o cliente pode comprar em um mês na loja A, no outro na loja B. Se ele tiver o Farmácia Popular, pode voltar à mesma loja todas as vezes”, avalia o sócio do Inforpop.
Importância da proatividade
Freitas acrescenta que é importante empresários e funcionários divulgarem que a farmácia faz parte do convênio. “É preciso dizer para o cliente que o produto que ele quer comprar está disponível no Farmácia Popular e evidenciar o lucro que ele pode ter”, finaliza.
Fonte: Revista da Farmácia