Hoje pela manhã, a Ascoferj recebeu informações de que a capital e a Baixada Fluminense começam a sofrer com atrasos na entrega de medicamentos e demais produtos destinados a farmácias e drogarias. Ainda não há nenhuma empresa ou rede com ruptura no ponto de venda, mas o caos nas estradas e as dificuldades de locomoção em vias urbanas já começam a preocupar os empresários.
A farmácia de manipulação Elemento Base está sem receber matéria-prima para produção de medicamentos desde semana passada. A mercadoria saiu de são Paulo, mas ainda não chegou. O fornecedor está tentando rastrear o veículo, que pode estar preso em alguma barreira de caminhoneiros. Segundo a farmacêutica e proprietária da farmácia, Dayse Luiz Passos, os clientes estão reclamando, cancelando pedidos e ameaçando colocar a farmácia na justiça.
A Rede Cityfarma recebeu comunicados, nesta tarde, das distribuidoras Martins e Panpharma, informando os pedidos estão chegando normalmente, mas que a greve dos caminhoneiros tem causado impacto na logística das entregas.
Na Farmácia do Leme, o problema está no delivery. “Nossos motoboys estão enfrentando filas enormes para abastecerem as motocicletas com gasolina. Um grande número de postos de combustíveis está desabastecido”, contou Ricardo Valdetaro, proprietário da farmácia.
Uma rede de Duque de Caxias informou hoje que teve conhecimento de que algumas distribuidoras estão ficando desabastecidas e tendo rupturas. “Ainda estamos com todas as lojas abastecidas porque temos um Centro de Distribuição que abastece 90% dos itens. Quem não tem vai começar a sofre as consequências da greve em breve”, disse o empresário, que prefere não se identificar.
Ontem, a Rio Drog’s conseguiu entregar as mercadorias faturadas na segunda e terça-feira para Campos e região dos Lagos. “Estávamos com esse atrasado desde segunda, mas regularizamos. O que foi faturado ontem no fim do dia e hoje pela manhã, a gente está achando que não vai conseguir entregar nessas regiões. Na capital, estamos com dificuldades e entregando com atraso devido ao trânsito atípico na cidade”, contou Bruno Feire, diretor da empresa.
O empresário Danilo Teixeira, que tem duas redes, uma em São Fidélis e outra em Campos, disse que vai começa a direcionar os pedidos. “Em geral, a gente compra das distribuidoras com os melhores preços e prazos de pagamento. Diante da situação da paralisação, vamos ter que levar em consideração o fator prazo de entrega”, comentou Danilo.
Por Viviane Massi
Foto: Ricardo Cassiano