Ícone do site ASCOFERJ | Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro

Biolab e Merz formam joint venture para concorrer com Botox

Valor Econômico

Marques, presidente da Biolab, estima que o mercado de toxina botulínica movimente R$ 250 milhões este ano

O laboratório nacional Biolab e a farmacêutica alemã Merz formaram uma joint venture para atuar na área estética no Brasil. O principal carro-chefe da nova empresa será o Xeonin, toxina botulínica para concorrer no país com o Botox, produzido pela americana Allergan, e o Dysport, da francesa Ipsen.

A concorrência neste segmento faz todo o sentido. O Brasil é o segundo maior consumidor mundial de toxina botulínica, atrás dos Estados Unidos, em um mercado que deve movimentar no país cerca de R$ 250 milhões este ano.

Da associação das duas empresas foi criada a Merz Biolab Farmacêutica, que receberá um aporte de 20 milhões este ano para montar sua estrutura no país. A companhia alemã será a controladora, com 61% do negócio, e a nacional ficará com os 39% restantes. "O Xeonin faz parte da nova geração de toxinas botulínicas e representa uma evolução no processo de purificação do produto, uma vez que não precisa ser refrigerado", disse ao Valor o presidente da Biolab, Cleiton de Castro Marques.

Segundo o empresário, a empresa já possui autorização da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) para uso terapêutico do Xeonin. "Estamos aguardando a autorização para o uso estético", disse. A expectativa é de que a autorização ocorra entre o fim deste ano e início de 2011. A matéria-prima será importada da matriz da Merz.

A toxina botulínica é utilizada em larga escala por especialidades médicas como oftalmologia e neurologia para o tratamento de doenças como estrabismo, espasticidade, torcicolos e blefarospasmos. Há mais de 10 anos o produto passou a ser aplicado por dermatologistas e cirurgiões plásticos em procedimentos estéticos para atenuar rugas da face, um mercado em franca expansão no Brasil.

A empresa vai disputar o mercado premium. "Entramos para ampliar esse mercado e disputar com um produto de qualidade", afirmou Marques. No ano passado, a francesa Ipsen passou a ter uma atuação direta no país também para disputar esse mercado.

A parceria entre a Merz e a Biolab é antiga. O laboratório nacional licencia há pelo menos 10 anos quatro produtos da companhia alemã.

Com três fábricas no país, instaladas na Grande São Paulo, e faturamento de R$ 540 milhões em 2009, a Biolab tem focado suas pesquisas com base na nanotecnologia. Em outubro do ano passado, a empresa colocou seu primeiro produto com este conceito no mercado – um protetor solar fator 100 para fins dermatológicos. "Foram cinco anos de pesquisa em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), com investimentos de R$ 5 milhões", disse Marques. Outros três produtos também com base na nanotecnologia serão lançados nos próximos meses. A empresa projeta crescimento de 13% para este, com receita estimada em R$ 610 milhões.

A alemã Merz, com faturamento de 800 milhões, tem forte atuação na área de sistema nervoso central e em combate do mal de Alzheimer. Segundo Marques, a companhia não foi a única estrangeira a propor um negócio com a brasileira. "Fomos procurados por várias e esse tipo de assédio a companhias brasileiras tende a crescer, em razão

Sair da versão mobile