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Brasil ainda é dependente da importação de medicamentos

Protec

Do déficit de US$ 95 bilhões da balança, US$ 25 bilhões são da importação de produtos químicos e medicamentos

A dependência brasileira da importação de fármacos e medicamentos foi o destaque da palestra do professor João Batista Calixto, do Departamento de Farmacologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), durante a III Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, realizada nos dias 26 e 27 de novembro, em Joaçaba, Santa Catarina. Segundo ele, o setor farmacêutico é "altamente deficitário" no Brasil, que é dependente da indústria estrangeira e não domina a cadeia produtiva de medicamentos.

"O país depende 100% da importação nesta área, porque as patentes são concentradas em praticamente cinco países do mundo. Investir alto é prioritário nos países desenvolvidos, porque o mercado de medicamentos movimenta US$ 800 bilhões por ano". Só o mercado brasileiro projeta um faturamento de US$ 12 bilhões em 2009.

O monopólio das patentes de medicamentos não é apenas uma estratégia econômica, mas também política, dos países desenvolvidos, lembra o professor. "Dez empresas concentram praticamente todo o mercado mundial do setor". Por aqui, há 250 empresas trabalhando na área, mas elas vêm sendo incorporadas pelas multinacionais de remédios. Outra distorção é que 15% da população brasileira responde pela metade dos R$ 12 bilhões que movimenta o mercado brasileiro. "Por isso, a tendência é o aumento no preço dos medicamentos consumidos por portadores de doenças crônicas", alertou o professor Calixto.

O déficit de US$ 95 bilhões da balança comercial brasileira, US$ 25 bilhões devem-se à importação de produtos químicos e medicamentos.

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