Ícone do site ASCOFERJ | Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro

Brasil e Novartis alimentam avanço global da Nestlé

ABCFARMA

A Nestlé, maior fabricante de alimentos do mundo, não teve um ano tão gordo quanto pode parecer. Seu faturamento chegou a 109,7 bilhões de francos suíços no ano passado (R$ 205 bilhões), o que representa um aumento de 2% em relação a 2009 na moeda Suíça. A variação cambial trouxe um resultado negativo de 3,6% ao crescimento. O lucro líquido, por sua vez, saltou 10,4 bilhões de francos suíços para 34,2 bilhões de francos suíços (R$ 53,4 bilhões) no ano passado, o que significa 228%de aumento.

Mas essa explosão não se refere exatamente ao aumento da comercialização de produtos Nestlé ao redor do mundo. Este número foi inflado pela venda da participação da Nestlé na empresa de produtos oftalmológicos Alcon para a farmacêutica suíça Novartis. Para 2011, Paul Bulcke, CEO da Nestlé, se disse confiante em atingir um crescimento orgânico entre 5% e 6%.

Mercados emergentes como a América Latina foram o grande impulso para manter o negócio da Nestlé em rota crescente, principalmente em um momento de aumento do poder aquisitivo. A região cresceu dois dígitos e o Brasil, país onde a companhia suíça opera há exatos 90 anos, também avançou.

O faturamento da subsidiária brasileira cresceu 20% no ano passado, migrando de 5,7 bilhões de francos suíços para 6,9 bilhões de francos suíços (R$ 12 bilhões). O Brasil, destacou Bulcke, apresentou um crescimento forte em todas as categorias, com destaque particular para a operação de leite. Hoje a Nestlé atua no mercado de leite superpremium com marcas como Ninho e Molico, nas versões em pó e longa vida.

O balanço da companhia também destaca um bom desempenho em bebidas prontas para o consumo, como a linha Fast nos sabores Nescau e Alpino embalados em PET.

Embora o balanço global da Nestlé posicione o Brasil como a terceira maior operação do grupo em vendas, tanto em 2010 quanto em 2009, ficando atrás do líder Estados Unidos e da França, o presidente da operação local, Ivan Zurita, garante que o Brasil é o segundo maior negócio da Nestlé no mundo. Isso tanto em faturamento quanto em volume.

A diferença, explica a companhia, está no resultado apresentado por empresas coligadas como a CPW (Cereal Partners Worldwide), associação entre a Nestlé e americana General Mills e a DPA (Dairy Partners Americas), uma joint-venture da Nestlé com a neozelandesa Fonterra, que visa contribuir para o desenvolvimento e também a rentabilidade e sustentabilidade das propriedades rurais e cooperativas parceiras.

O negócio de águas também trouxe bons resultados para a Nestlé no ano passado. A empresa afirma ter ganhado participação de mercado nos Estados Unidos, na Europa e nos mercados emergentes.

No Brasil, a Nestlé adquiriu uma nova fonte de água em 2010, o que deve ajudá-la a aumentar volume e também reduzir custos de distribuição, uma vez que a água tem que ser envasada e vendida na mesma região para trazer ganhos. Em 2011, a briga deve avançar com a francesa Danone, que lançou a marca Bonafont no Brasil há três anos e, desde então, desenvolve o mercado paulista, onde se diz líder. Rumores afirmam que a Danone estaria negociando a compra da Minalba, do grupo Edson Queiroz.

Sair da versão mobile