JB Online
O Ministério da Saúde lançou ontem a Campanha Nacional de Doação de Leite Humano. O objetivo é incentivar as mães a doarem leite e sensibilizar a população sobre a importância do alimento para as crianças. É certo que elas precisam de um incentivo, mas as mulheres brasileiras já estão fazendo sua parte com louvor: o número de doadoras aumentou 83% em cinco anos. No mesmo período, a quantidade de recém-nascidos que receberam o alimento materno aumentou 47%.
De acordo com Danielle Aparecida da Silva, responsável pela produção, coleta e controle de qualidade do leite doado no Instituto Fernandes Figueira, no ano passado os bancos de leite brasileiros distribuíram 117 mil litros, beneficiando 162 mil bebês.
– Todo leite doado passa por um controle de qualidade, para ficar isento de bactérias. O objetivo é que o leite a ser doado tenha as mesmas características e pureza do que sai do seio materno naturalmente – diz Danielle.
E, segundo ela, para doar seu excedente de leite, a mulher nem precisa ir pessoalmente aos centros de coleta. Basta telefonar para 08000 26 88 77. Uma equipe dá toda a orientação para a mãe fazer a coleta e passa uma vez por semana na casa da doadora para recolher o material.
Segundo Danielle, a legislação brasileira estabelece prioridades para a doação. Os prematuros têm a preferência, assim como os bebês portadores de alguma doença ou com alergia a leites industrializados.
– Muitas vezes, a mãe produz leite suficiente para seu filho, mas pode estar usando algum medicamento que impeça que ela o alimente durante certo período – diz.
O banco de leite do IFF, diz Danielle, também faz um trabalho especial para a mãe que enfrenta dificuldades na amamentação. Em alguns casos, ocorrem fissuras nos seios e outros problemas que acabam levando a mulher a desmamar o bebê precocemente:
– O ideal é aleitamento exclusivo até os seis meses. E depois, como complemento alimentar, até os 2 anos.