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Células do olho podem ajudar a diagnosticar Mal de Alzheimer

O Mal de Alzheimer é uma doença degenerativa que afeta os neurônios. Seu sintoma primário é a perda da capacidade de memória. Uma equipe de pesquisadores revelou descobertas durante uma conferência de neurociência nos Estados Unidos. Descobriu-se que camundongos com a doença perderam espessura na camada das células oculares. Como a retina é uma extensão direta do cérebro, eles acreditam que a perda de neurônios retinais pode estar relacionada à diminuição de células do cérebro devido ao Alzheimer. A equipe prevê que, futuramente, os oftalmologistas, munidos dos devidos aparelhos, consigam detectar o Mal de Alzheimer durante um exame de vista periódico. Segundo o estudo dos cientistas, alterações nas células da retina também poderiam ajudar a detectar o glaucoma – que leva à cegueira – e que é considerado uma doença neurodegenerativa similar ao Alzheimer. Dr. Flávio Sallem, neurologista do Hospital das Clínicas, comenta o assunto: “A descoberta de que células da camada neural do olho, a retina, que nasce do sistema nervoso central, degeneram durante o processo demencial da doença de Alzheimer abre oportunidades de diagnóstico precoce e não invasivo da doença de Alzheimer. A importância é óbvia quando se considera que, hoje em dia, o diagnóstico é somente feito, em geral, quando os sintomas se apresentam, não permitindo uma abordagem de prevenção da doença, mas tão somente tratamento. Fora isso, caso queiramos fazer um diagnóstico precoce ou pré-clínico, ou seja, antes da doença aparecer, teríamos que despender vários milhares de reais (ou dólares) em exames que podem não nos dar a informação que queremos. Um exame ocular para checar a espessura da camada neural do olho, a retina, torna-se alternativa plausível para esta empreitada, pois é pouco ou nada invasivo (não há a necessidade de agulhas, cortes ou sedação), pode ser feito rapidamente e pode ser encontrado em clínicas oftalmológicas. Muitos dos exames que se advogam ser realizados para o diagnóstico precoce ou subclínico da doença de Alzheimer são caros ou difíceis de achar. O problema é que a descoberta foi feita em camundongos, seres que podem ter similaridades com os seres humanos. Há a premente necessidade de estudos em humanos correlacionando a espessura da retina de pacientes com doença de Alzheimer e de pacientes normais, e depois poder-se-ia fazer um estudo, mais demorado e mais caro, medindo-se a espessura seriada de idosos normais ao longo do tempo, correlacionando os dados entre os idosos que desenvolvem a doença de Alzheimer, este sendo um estudo mais interessante, apesar de mais demorado. " Fonte: Snif Brasil

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