Folha de S. Paulo
Unidade funcionará em 2010 no Instituto do Câncer Octavio Frias de Oliveira
Por que um doente de câncer responde bem ao tratamento e outro não? Essa é uma das questões a que uma rede composta por vários pesquisadores pretende responder a partir da criação do Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular, que vai funcionar no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira.
O centro, que está sendo construído com um investimento de R$ 12 milhões, vai coordenar uma rede composta por 20 grupos que atuam em pesquisa básica de câncer.
A previsão é que ele esteja pronto até o segundo semestre de 2010, quando o instituto estará funcionando plenamente.
Segundo o professor titular de oncologia básica da USP Roger Chammas, um dos coordenadores do novo centro, os grupos já estão desenvolvendo pesquisas em seus próprios laboratórios enquanto a unidade não fica pronta. São pesquisadores do Hospital das Clínicas, do InCor e de outros institutos e departamentos da Faculdade de Medicina da USP.
Chammas afirma que a nova unidade funcionará como um superlaboratório com plataformas multiusuários, que vão permitir a otimização de recursos – já que pesquisadores de várias áreas poderão utilizá-lo- e a sistematização da coleta de dados, do processamento de amostras e da difusão dos resultados obtidos nas várias frentes de pesquisa.
"Vamos organizar um banco de espécie de amostras biológicas, com DNA, proteínas, soro, sangue e outras células derivadas de tumores extraídos em cirurgias. Isso é fundamental para entender como a doença se comporta", explica Chammas.
A ideia é que essas informações possam ser agregadas à conduta clínica. Por exemplo, a amostra biológica de um tumor poderá ser confrontada com o tratamento usado no paciente para identificar padrões de respostas a essa terapia.