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Cirurgia de redução de estômago cresce 542%

Hoje em Dia

As cirurgias de redução de estômago feitas no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS) cresceram 542% nesta década, passando de 497 em 2001 – quando o procedimento começou a ser oferecido pela rede pública – para 3.195 em 2008. A operação é feita por portadores de obesidade nível 3, também chamada pelos médicos de obesidade mórbida. Os números são do Ministério da Saúde, que não tem dados sistematizados sobre a situação de Minas Gerais.
Segundo a Secretaria da Saúde de Minas, atualmente são três os hospitais credenciados para a realização da cirurgia pelo SUS em todo o Estado: o Hospital das Clínicas e a Santa Casa, em Belo Horizonte, e o Hospital e Maternidade Santa Terezinha de Jesus, em Juiz de Fora. Além deles, o Hospital Universitário (HC) de Uberaba e o Hospital de Alfenas já fizeram cirurgias-piloto para credenciamento na rede, mas as instituições ainda estão em processo de avaliação para o procedimento.

A maior demanda no Estado, no entanto, acaba vindo para Belo Horizonte, onde atualmente 200 pessoas estão autorizadas a passarem pela cirurgia. Mas para efetivamente serem operadas é preciso mais que isso. “A cirurgia de redução de estômago ou de redução bariátrica é uma medida extrema, e só deve ser feita em último caso”, afirma o médico-cirurgião Alexandre Savassi, da equipe do Hospital das Clínicas de Belo Horizonte.
Ele explica que, para que sejam submetidos à cirurgia, os pacientes devem ter Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 40. O cálculo do IMC é feito dividindo o peso do indivíduo pela multiplicação da altura pela própria altura (ou a altura ao quadrado). Uma pessoa é considerada normal quando seu IMC fica entre 20 e 25. Entre 25 e 30 é considerado sobrepeso; acima dos 30, obesidade, que varia entre os níveis 1, 2 e 3. A obesidade mórbida é quando o paciente tem IMC nível 3, ou seja, acima de 40, associada a outras doenças já desenvolvidas em consequência do excesso de gordura.

Estes são os pacientes passíveis de cirurgia, mas, antes disso, eles têm que passar por uma série de testes e exames físicos e psicológicos, já que este tipo de obesidade é geralmente associado a algum tipo de desequilíbrio mental, como a depressão. Além desses problemas, a obesidade acaba acarretando outra série de doenças, como a hipertensão, diabetes e dores e desgaste em juntas e articulações.
“É uma bola de neve, e uma coisa acarreta a outra. Deprimido e ansioso, o paciente, que muitas vezes tem a tendência natural de engordar, começa a comer compulsivamente, engorda, perde a autoestima, e desconta a ansiedade comendo. Ou seja, para ser curado, não basta que o estômago reduza. É necessário um tratamento multidisciplinar, que demora de acordo com cada paciente”, destaca o cirurgião.

Graças a este sistema de avaliação multidisciplinar, as cirurgias realizadas na capital pelo sistema público de saúde demoram alguns meses. Segundo dados da Secretaria de Saúde de Belo Horizonte, os pacientes devem ser encaminhados do posto de saúde de seu bairro ou de seu município para o Centro de Especialidades Médicas (CEM), que é quem encaminha para a avaliação dos grupos especializados do HC ou da Santa Casa.
Na semana passada, 8

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