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Com US$ 9,9 bilhões em caixa, Roche estuda aquisições

Valor Econômico

O grupo farmacêutico suíço Roche dispõe de um tesouro de guerra de US$ 9,9 bilhões líquidos em caixa que pretende utilizar para aquisições e parcerias, inclusive no Brasil, no meio da crise financeira global.
 
Adriano Treve, diretor-geral da Roche Brasil, disse ao Valor que a empresa está "atenta a oportunidades que podem surgir também no Brasil, trabalhando junto com a matriz". Ele vê "muito potencial" para a Roche encontrar "oportunidades" no país, diante de "muitos bons projetos" no mercado nacional.
 
O executivo diz que o interesse é reforçar o portfólio existente. O alvo está na área terapêutica, com o objetivo de aumentar participação de mercado no país. "Não atuamos muito na área de antibióticos, e não adianta expansão aí", afirma.
 A Roche é o principal grupo farmacêutico global e começa 2009 com maior vantagem para se aproveitar do desmoronamento dos mercados e de sua liquidez para lançar estratégias de compra de ações e de aquisições, de acordo com levantamento do jornal britânico "Financial Times".
 
Com isso, a companhia prepara uma nova oferta de US$ 35 bilhões para a aquisição total da Genentech, grupo americano de biotecnologia no qual já detém uma fatia de 56%. O interesse é no medicamento Avastim, contra o câncer colo-retal, com potencial enorme de venda.
 
No primeiro sinal de que o mercado de financiamento às empresas começa a voltar a alguma normalidade, um grupo de 10 bancos prepara um empréstimo bilionário para a Roche comprar a Genentech, com o custo do capital ficando em 4%.
 No começo do ano, o grupo suíço pagou US$ 60 milhões à empresa americana Plexxikon para o desenvolvimento conjunto de um novo produto para tratamento de doenças renais. O pagamento total ficará próximo dos US$ 400 milhões.
 
Logo depois, a Roche adquiriu 89% das ações da americana Memory Pharmaceuticals, por US$ 50 milhões. A Memory desenvolve medicamentos inovadores para tratamento de doenças do sistema nervoso central, como Alzheimer e esquizofrenia.
 
No Brasil, até recentemente grupos farmacêuticos internacionais reclamavam de incertezas para ampliar investimentos, diante das ameaças do governo de quebrar patentes de remédios.
 O diretor da Roche parece mais confiante agora. "A situação até pode mudar amanhã, mas no momento não há fricções", afirmou. "Direito de propriedade intelectual é a espinha dorsal para a indústria farmacêutica e o governo está entendendo isso."
 
Para 2009, Adriano Treve diz que a empresa dará continuidade aos investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos no Brasil, integrados em projetos globais da companhia.
 Mas ele também deixa claro que dinheiro em caixa não reduz o foco no corte de custos. A Roche está redobrando as ações para cortar gastos, em meio à crise global, mas diz que o aperto seria necessário em todo caso.
 
"Os custos no Brasil eram altos demais para a média das filiais" do grupo, argumenta. Em outubro, foi feito um "ajuste", incluindo demissões de funcionários, mas o executivo não diz quantas vagas foram suprimidas e nem o montante da economia. Treve diz que

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