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Pesquisa do Popai Brasil, associação sem fins lucrativos dedicada ao desenvolvimento da atividade de merchandising, revela que 81% das decisões de compra são tomadas nos pontos de venda. Parte dessa atividade se dá pela correta exposição dos produtos e pelo layout adequado das lojas. “As vendas por impulso dos produtos OTC – que podem ser escolhidos pelos consumidores nas gôndolas – chegam a 35% do total do faturamento”, revela a consultora especializada em ponto de venda e autora do livro Merchandising Farma – a farmácia do Futuro (Ed. Cangage), Regina Blessa, que tem experiência de 25 anos em empresas nacionais e norte-americanas.
Ela ressalta que, de todas as farmácias, apenas 3,6% pesquisam seu público e trabalham seus planogramas de merchandising (arrumação de produtos nas prateleiras). Em uma área destinada, por exemplo, a produtos de higiene pessoal e cosméticos, a “setorização” é de vital importância. O consumidor moderno não tem tempo a perder, por isso é necessário que o lojista ofereça soluções que facilitem as compras.
Blessa explica que, quando o layout é fácil, o cliente se adapta às categorias que percebe, adquire mais facilmente o que planejava e ainda faz compras por impulso. Para aumentar o fluxo, ela sugere que, primeiramente, sejam desobstruídas as passagens. “Uma loja atolada ou sem caminhos bem abertos ao consumidor cria barreiras visuais que o afasta. Quando o layout facilita a entrada e o percurso, a loja fica mais cheia de clientes, por se sentirem visualmente bem vindos. Deve-se tomar cuidado para que os corredores e as entradas estejam livres para facilitar o acesso”, destaca a escritora.
“Mesmo não tendo o mix de produtos de uma drugstore, o conceito da farmácia de pequeno porte é o mesmo. Independentemente do tamanho da loja, o cliente tem de se sentir à vontade. Para isso, os produtos precisam estar sempre à mão”, destaca o diretor da Metalfarma Instalações de Drogarias, Regis Carlos Rodero. Ele explica que, na trajetória da empresa, em 24 anos, não houve relato de que, após a reforma e adequação de uma farmácia, não tivesse ocorrido aumento nas vendas. “Para que isso seja executado de forma mais eficiente, contratamos perfumistas para auxiliar na distribuição dos acessórios a serem utilizados, como ganchos, réguas, cestos, que são fundamentais na hora de expor os produtos”, afirma Rodero.
O mercado oferece diversas opções de produtos destinados à melhoria do ambiente das farmácias. Mas, para que ele se torne adequado a ponto de alavancar vendas, devem ser analisados a estrutura da loja, o local onde está instalada, o perfil dos consumidores e os produtos oferecidos.
Existem vários fatores que devem ser levados em conta para tornar uma farmácia adequada, mas Rodero aponta o mais importante: “Não adianta o fabricante criar embalagens bonitas se, na hora da exposição dos produtos, as gôndolas não forem compatíveis e acabarem desvalorizando as mercadorias e não estimulando a compra por impulso”. Ele diz ainda que os gavetões são uma boa opção quando existe um grande problema de espaço, mas é importante sempre deixar parte dos medicamentos à vista para não perder o foco e a identidade da farmácia.
Os especialistas são unânimes: fazer com que a loja seja mais prática e atraente aos consumidores a torna mais rentáv