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Corrida contra o tempo para evitar que dengue 4 se espalhe pelo país

O Globo

Depois da confirmação de três casos de dengue por sorotipo 4 em Boa Vista, Roraima, agentes de saúde fazem um rastreamento nos bairros onde moram os infectados pelo vírus, que há 28 anos não era registrado no Brasil. Pelo menos 30 amostras de sangue foram enviadas para análise no Instituto Evandro Chagas, em Belém.

Embora Boa Vista fique longe dos grandes centros urbanos, o governo está preocupado com o surgimento de uma epidemia por sorotipo 4, contra a qual a população brasileira está suscetível.

Nos locais onde foi encontrado o vírus 4 há excesso de lixo acumulado, o que propicia a multiplicação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.

O epidemiologista Roberto de Andrade Medronho, professor adjunto da UFRJ e chefe do Departamento de Medicina Preventiva da faculdade de medicina, diz que a chegada do sorotipo 4 era uma questão de tempo porque não existe tecnologia no mundo para prevenir a entrada de vírus e bactérias em qualquer lugar.

– No início da década de 80 o sorotipo 4 ficou restrito à região Norte e não havia a facilidade de trânsito de pessoas e de transportes que existe hoje.
Agora que ele voltou e os casos confirmados são de transmissão autóctone, quando ocorre no próprio lugar, o mais importante é intensificar as ações diretas e integradas para combater a infestação pelo mosquito em todo o país, e com a participação de cada um de nós. Caso isso não aconteça, podemos ter sérias consequências – alerta.

O sorotipo 4 nem é dos mais agressivos, mas com a população brasileira quase 100% vulnerável, o perigo aumenta. Medronho explica que a hemorragia por dengue não depende apenas da virulência do sorotipo, mas também da reação do organismo. Quem já teve dengue corre mais riscos:

– Provavelmente milhares de pessoas tiveram contato com os sorotipos 1, 2 ou 3 sem sintomas importantes ou nem sabe que adoeceram. Se forem infectadas pelo 4, a chance de a doença ser mais grave é grande.

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