O maior investimento promocional da indústria farmacêutica é em sua força de vendas. A estratégia baseia-se na visita presencial do representante, que leva materiais científicos e amostras grátis para os médicos, e na realização de eventos.
Mario Lucas Cacozza, gerente de Soluções da InterPlayers, hub dos negócios de saúde e bem-estar, afirma que esse modelo de “caixeiro-viajante” sempre se mostrou eficaz e funcionou muito bem até o início do isolamento social: “Afinal, quem nunca foi a um consultório médico para uma consulta e lá se deparou com um representante da indústria farmacêutica com sua pasta de trabalho aguardando na sala de espera?”.
Alternativas para a indústria farmacêutica
Devido à adoção do isolamento social para conter o contágio com o novo coronavírus, o representante acabou tendo que se ausentar do trabalho em campo, mas a indústria farmacêutica continua tendo necessidade de se relacionar com a classe médica.
Com isso, a indústria precisou pensar em alternativas para continuar presente. “Com o profissional em home office, os contatos passaram a ser viabilizados por telefone, e-mail ou videoconferências feitas em plataformas digitais, lives e webinars”, comenta o gerente.
Ele faz uma comparação com as consultas virtuais, que acabaram sendo regulamentadas neste período pela Anvisa e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM): “Mudanças e inovações que estavam em análise para implementação a médio e longo prazo em vários setores foram aceleradas neste momento de pandemia”.
Mudanças são fundamentais
A indústria farmacêutica, contudo, precisará fazer mudanças maiores do que migrar o modelo de visitas do presencial para o online, pois a atratividade e o interesse mudaram complemente.
“Não haverá um modelo único no campo promocional, mas sim o emprego da essência do conceito omnichannel, com as opções de propaganda médica presencial, virtual, digital, online e offline sendo adotadas simultaneamente. Um movimento auxiliado pelo fato de a pandemia estar tornando o médico mais receptivo a ferramentas digitais e mais confortável com o uso delas”, avalia Cacozza.
Segundo ele, os players do mercado farmacêutico já entenderam que, por conta da Covid-19, novos modelos de atuação serão essenciais para as estratégias de marketing atuais e futuras, mas que também serão necessários em áreas como treinamento, regulatório, compliance, logística, infraestrutura, sistemas, força de vendas e medical affairs.
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Fonte: Revista da Farmácia