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Custos e competição afetam resultado de farmacêuticas

O ciclo de bonança das farmacêuticas nacionais, especialmente as especializadas em medicamentos genéricos, pode estar próximo do fim, como mostram os resultados mais recentes das empresas do setor. Os balanços de cinco companhias de controle nacional em 2012, divulgados entre março e junho deste ano, apontam um aperto nos ganhos provocado pelo aumento dos custos de produção, como as matérias-primas, que ficaram cerca de 30% mais caras por conta da alta da moeda americana. O setor, que é muito dependente da importação de insumos para a produção de medicamentos, está diante de um cenário pouco animador para este ano, com a expectativa de um impacto cambial ainda maior. Essa situação coloca em xeque a política agressiva de descontos usada em larga escala pelas farmacêuticas produtoras de genéricos na disputa pelo mercado, mas que acaba sendo mais um peso sobre as empresas. EMS, Eurofarma, Aché, Teuto e União Química, todas de capital fechado, listadas entre as 20 maiores do setor de acordo com o ranking da consultoria IMS Health, tiveram problemas com o aumento de custos, que ultrapassaram o avanço das vendas no ano passado e corroeram as margens de lucro. Os dados foram coletados pelo Valor Data a partir das demonstrações contábeis dessas empresas. Os laboratórios Biolab e Libbs, que também fazem parte do ranking da IMS Health, não divulgam seus balanços. A receita líquida das cinco empresas somou aproximadamente R$ 6 bilhões em 2012, um aumento de 12% em relação ao ano anterior. No entanto, os custos de produção somados chegaram a quase R$ 2 bilhões, 15% maiores. Para piorar esse quadro, todas elas aumentaram as despesas com vendas – quase 37% no caso da EMS, por exemplo -, uma conta que tem muito peso para as farmacêuticas porque representa o dinheiro reservado para pagar o exército de representantes que briga pelos produtos vendidos nas farmácias e prescritos nos consultórios médicos. A saída, na opinião de especialistas no setor, é a busca por medicamentos de maior valor agregado para fugir da competição acirrada dos genéricos. "As empresas mais diversificadas sentem menor impacto porque trabalham com medicamentos de marca, como os similares, ou produtos de referência [com patente]", diz uma fonte desse mercado.   Fonte: Valor Econômico

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