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Fique tranquilo: não é porque você encharca a camisa no trabalho que está condenado a conviver com as cataratas do Iguaçu rolando do seu corpo. A hiper-hidrose — esse é o nome do problema — tem solução
Estou suando em bicas” — você já deve ter ouvido alguém falar desse jeito. Provavelmente, porque ficou horas no trânsito ou correu e fez outra atividade física. Em situações assim, o corpo ativa seu próprio sistema de resfriamento, baixando a temperatura interna por meio da produção de suor.
Até aí, tudo normal. Para 2% da população, no entanto, o pinga-pinga da sudorese é bem mais atrevido e nada tímido. Pelas axilas, palma das mãos, planta dos pés, cabeça e face — o suor escorre inclusive em dias frios e em momentos de descanso. Quem se encaixa nesse quadro sofre do que se define por hiper-hidrose.
E o distúrbio merece esse superlativo — híper. Normalmente, uma pessoa em repouso elimina de 400 a 800 mililitros de água por dia, pela pele e pelos pulmões. Já indivíduos com hiper-hidrose chegam a desaguar, em casos extremos, até 8 litros de suor! “A doença limita o convívio social e até atrapalha a vida profissional”, afirma Álvaro Razuk, cirurgião vascular da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
A arquiteta Maria Cláudia Buarraj El Khouri, 30 anos, que o diga. Durante muito tempo ela carregou toalhinhas na bolsa e nem sequer podia andar de mãos dadas. Maria Cláudia se submeteu a uma cirurgia para acabar com o constrangimento e, felizmente, ficou curada
Não adianta se irritar com a suadeira. A ansiedade só agrava o sintoma. “O estímulo emocional afeta a área cerebral do hipotálamo, que intensifica a liberação de suor onde o paciente já tem a queixa”, explica Antônio José Maria Cataneo, professor titular do Departamento de Cirurgia e Ortopedia da Faculdade de Medicina de Botucatu. Segundo ele, quem é alvo do transtorno deve evitar pimenta, chocolate, chá e carne de porco, que estimulam o sistema nervoso simpático, dando ordens sem parar às glândulas da pele.