Ícone do site ASCOFERJ | Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro

Diabetes traz Roche de volta à briga por espaço na farmácia

Brasil Econômico

Após mudar estratégia para venda hospitalar, multinacional prepara lançamento de nova família de medicamentos no varejo

Afastada da linha de frente do varejo desde que redirecionou sua estratégia de negócios ao mercado hospitalar, a suíça Roche prepara retorno de impacto às farmácias com uma nova família de medicamentos para portadores de diabetes, cujo lançamento está previsto para 2012 no Brasil. "Estamos desenvolvendo três produtos que farão urna nova abordagem ao tratamento da diabetes", diz ao Brasil Econômico o diretor-geral da Roche no Brasil, o ítalo-suíço Adriano António Treve. – As novas drogas, cujas marcas e formas de aplicação são mantidas em sigilo, fecharão o pacote de produtos para diabetes, segmento no qual a empresa atua somente pela divisão de diagnósticos, com o Accu-Check, aparelho doméstico que permite a medição do nível de açúcar no sangue. Enfermidade que atinge 246 milhões no planeta, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o diabetes tem 6,2 milhões de pacientes no Brasil, embora estimativas apontem até 10 milhões de pessoas com a enfermidade.

Para a Roche, a entrada nesse segmento representará uma mudança no perfil de negócios no país. "Acreditamos que o mercado de diabetes, no qual não atuamos com remédios hoje, poderá representar até 25% do faturamento no futuro", diz Treve. A empresa, que faturou R$ 1,34 bilhão no Brasil em 2008, divulgará nos próximos dias o balanço do ano passado.

A volta às gôndolas ocorre após longo ciclo de distanciamento do varejo, desde que vendeu sua divisão global de Consumer Health, por US$ 3 bilhões, para a Bayer, em 2004. Mesmo mantendo nas farmácias marcas consagradas como Lexotan e Rivotril (distúrbios nervosos) e o Xenical (redutor de peso), o varejo representa apenas 18% das vendas da farmacêutica no país. A exemplo de outras gigantes globais, a Roche optou por concentrar investimentos em inovação, sobretudo em biomedicamentos, cujo princípio ativo é obtido por meio de células vivas no lugar de insumos farmacológicos.

Nesse contexto, o Brasil ganha importância estratégica. Com marcado acento português – após oito anos à frente do escritório da companhia em Lisboa, até assumir a operação de São Paulo, em 2008, Treve – destaca que o país, aproximando-se dos 200 milhões de habitantes e com uma população de notória diversidade racial, é vital para o desenvolvimento e teste de novos medicamentos. "Elevamos em 65% o nosso investimento em pesquisa em 2009, para US$ 31 milhões (R$ 62 milhões), e queremos dobrá-lo até 2012", afirma o executivo.

Oncologia e Alzheimer
Embora a aposta no diabetes redirecione a companhia às vendas de balcão, a Roche segue firme na estratégia de priorizar o mercado hospitalar. Nessa área, a empresa está bem posicionada na venda de drogas oncológicas, com destaque para o câncer de mama, colo retal e linfomas, que representam 60% de volume de negócios no Brasil. Além da oncologia, a Roche mira novos mercados que crescem com o envelhecimento da população, especialmente em doenças do sistema nervoso, como os males de Alzheimer e Parkinson. "Investimos no último ano R$ 50 milhões por dia em todo o mundo, incluindo domingos e fe

Sair da versão mobile