O Dia
Brasileiros podem perder um forte aliado na busca pela boa forma. A Agência Europeia de Medicamentos proibiu a venda da sibutramina, substância popular no Brasil e nos Estados Unidos que auxilia o emagrecimento.
A recomendação é baseada em um estudo que já dura seis anos e indicou aumento de 16% do risco de enfartes e derrames em pacientes que utilizam a substância. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que ainda está analisando o estudo para decidir se irá proibir a droga.
Nos EUA, a droga já estava sendo vendida de forma restrita desde dezembro, quando a organização de saúde americana Food and Drug Administration (FDA) observou que o uso do medicamento aumenta o risco de infartos e derrames. Segundo a FDA e a Agência Europeia de Medicamentos, os riscos da sibutramina superam seus benefícios.
O presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Ricardo Meirelles, acha precipitada a decisão de proibir o remédio.
Críticas à medida
O médico questiona a medida pois, segundo ele, o medicamento acelera a perda de peso, possibilitando, com isso, justamente a diminuição do risco de problemas cardiovasculares, que são relacionados à obesidade. "A pesquisa foi feita com 10 mil voluntários que tinham problemas cardiovasculares. Esses pacientes já não poderiam utilizar a sibutramina, por contraindicações da bula", criticou. "O remédio só pode ser utilizado com indicação médica e por pacientes que não tenham risco cardiovascular", frisou. Rui Ramos, cardiologista, chefe da Unidade Coronária do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, também discorda da proibição, mas pondera: "Acho que haverá maior cuidado na hora de receitar o medicamento, com melhor avaliação dos riscos. É fato que os médicos receitam sem saber o histórico do paciente. O Brasil é o maior consumidor de drogas para emagrecer do mundo".
Para Meirelles, a proibição só prejudica quem não tem doenças prévias e necessita da sibutramina para emagrecer. "Quanto mais rápido a pessoa conquista um peso e uma vida saudável, menos risco ela corre de ter outras doenças". Ele explica que pessoas que sofrem de sobrepeso são mais suscetíveis a AVC, diabetes, enfarte, colesterol alto e hipertensão.
Reeducação alimentar
Ainda de acordo com o médico, no Brasil não há evidências que mostrem riscos aos pacientes para os quais a sibutramina está indicada. "Aguardamos orientações", afirma, explicando que a sibutramina deve ser utilizada como coadjuvante de um programa de atividades físicas, reeducação alimentar e mudança de hábitos.
Atenção
Benefícios – A sibutramina acelera o processo de emagrecimento, pois atua na sensação de saciedade. Como ela age rápido no cérebro, o paciente come menos e melhor.
Efeitos colaterais – Taquicardia, boca seca, pressão alta, dor de cabeça, insônia, náusea, vertigem, alteração do paladar, sudorese, constipação, irritação no estômago, entre outros.
Indicação – A substância é recomendada no Brasil para pacientes com índice de