Valor Econômico
O laboratório nacional EMS, de Hortolândia (SP), e a Germed, que também pertence ao mesmo controlador, a família Sanchez, obtiveram autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), na semana passada, para produzir a versão genérica e similar do Viagra, que pertence à companhia americana Pfizer.
A patente da famosa pílula azul, que combate a disfunção erétil, expira no próximo dia 20 de junho. A companhia americana tentou prorrogar por mais um ano a validade da patente, mas não obteve sucesso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em julgamento no mês passado.
A Anvisa analisa outros pedidos de laboratórios para a produção de medicamentos genéricos e similares do Viagra. Estão na fila quatro pedidos para genéricos e outros três para similares, com base no princípio ativo citrato de sildenafila. Esse remédio é um dos "blockbusters" (campeões de venda) da Pfizer, movimentando US$ 1,9 bilhão por ano no mercado internacional. No Brasil, a venda desse medicamento gera receita de R$ 170 milhões.
A EMS informou ao Valor que deverá colocar no mercado o Viagra genérico até o fim de junho. O medicamento deverá chegar ao mercado pelo menos 35% mais barato, como determina a atual legislação brasileira. Mas a expectativa do setor é que o produto custe até 50% menos, devido à forte concorrência de outros laboratórios que também deverão receber registro da Anvisa.
A grande dúvida no mercado agora é saber se o Viagra genérico será azul como a sua versão original. A EMS não deu detalhes, mas afirmou que o remédio similar poderá ter cor diferente.
A própria Pfizer estuda começar a produzir a versão genérica de seus medicamentos que estão para perder a patente. Outro carro-chefe da companhia, o Lipitor (combate o colesterol), com vendas de US$ 13 bilhões anuais, terá o fim da patente em 2011.
No Brasil, a companhia negocia parceria com o laboratório nacional Eurofarma para desenvolver medicamentos genéricos – o Viagra não está
incluído. O grupo também negocia a compra da Teuto, com sede em Goiás. O Valor apurou que a farmacêutica americana já concluiu o processo de "due dilligence" (auditoria) e deverá concluir as aquisições nas próximas semanas. Procurada, a Pfizer informou que não comenta especulações de mercado.