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GP Investimentos coloca 40% de sua fatia na Hypermarcas à venda

Valor Econômico

A GP Investimentos e a família Samaja, controladora da antiga Farmasa, colocaram ontem à venda 40% das ações que possuem na empresa de bens de consumo Hypermarcas. Na semana passada os acionistas solicitaram que todos seus papéis (29.720.140) fossem desvinculados do bloco de controle da companhia, tornando-se, assim, disponíveis para venda.

A GP fazia suspense sobre a real intenção de vender sua posição na empresa, enquanto no mercado financeiro todos davam como certo que o banco Credit Suisse estava contratado para a transação.
Ontem o mistério acabou depois que investidores foram formalmente consultados a respeito de venda das ações a um preço entre R$ 32 e R$ 32,50. O Valor teve acesso a comunicado emitido aos investidores pelo Credit Suisse. Os papéis devem ser vendidos em leilão hoje pela manhã na bolsa. Segundo o aviso aos investidores, a formação de preço termina hoje às 10h do horário brasileiro. Investidores estrangeiros também podem participar do leilão. Os vendedores ainda tentam conseguir um valor maior por seus papéis.

Segundo o Valor apurou, a GP pressionou os controladores da Hypermarcas para que divulgassem ontem mesmo, juntamente com os resultados do trimestre, um comunicado ao mercado informando não ter interesse em exercer o direito de preferência para compra das ações. Isso foi interpretado como um sinal de que o fundo já havia encontrado compradores para os papéis e tinha pressa em concretizar a venda.
Segundo operadores do mercado, a GP tinha intenção de vender toda a posição, mas enquanto sondava o apetite dos investidores as cotações caiam na bolsa ontem. As ações chegaram a cair 5% ao longo do pregão, para R$ 32,10. Com isso, decidiu-se por uma venda parcial para não pressionar demais o preço. Mas não está descartado que nos próximos dias a fatia remanescente seja oferecida. Os papéis fecharam a R$ 33,50, em queda de 0,88%.

Enquanto o Credit Suisse falava com investidores e sinalizava disposição de vender as ações a R$ 32, a área de análise do banco divulgava ontem um relatório recomendando a compra do papel e estimando um preço-alvo de R$ 45 (US$ 26,50).
Segundo dados da Bloomberg, a média dos preços-alvo de sete analistas é de R$ 39,95. A estimativa mais baixa é de R$ 34,00, da Itaú Corretora.
A corretora do Credit Suisse foi a maior compradora de ações da Hypermarcas ontem, adquirindo 488 milhões de ações, por R$ 15,97 milhões. O giro dos papéis da companhia ficou ontem em 962,3 milhões de ações.

Desde a oferta secundária da Hypermarcas, em que a GP foi vendedora, o acordo de acionistas da empresa está sendo revisado. Isso porque GP e família Samaja, oriundos da Farmasa, ficaram, cada uma, com participação inferior aos 10% do total vinculado no acordo.
Atualmente, família mais GP têm cerca de 13% do capital total da empresa, cada um com cerca de metade dessa fatia.
Considerando um cenário hipotético em que a GP venda toda sua fatia por R$ 32, isso daria R$ 480 milhões, que, somados aos recursos levantados na oferta secundária do primeiro semestre, resulta num total de cerca de R$ 600 milhões. Em novembro de 2007, a GP investiu R$ 240 milhões para comprar 50% da Farmasa. Foi a operação de compra da Farmasa pela Hypermarcas que deu ao fundo a participação na segunda