Ícone do site ASCOFERJ | Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro

Idosos de Natal são vítimas de golpe do remédio falsificado

Diário de Natal

Não é de hoje que médicos e outros profissionais ligados à área da saúde alertam a população sobre o perigo da automedicação. Mas se antes o perigo estava nas gôndolas das farmácias e drogarias, hoje está batendo na porta das casas de pessoas desavisadas que, convencidas pelos vendedores, pagam até três vezes mais por um produto que resolve todo tipo de problema. O Diário de Natal recebeu a denúncia de que um grupo de pessoas está vendendo medicamentos de origem duvidosa e sem indicação médica, de porta em porta. Por medo de represália, uma senhora que comprou os remédios prefere não se identificar. Dona Maria (nome fictício) só cogitou a possibilidade de estar sendo ludibriada quando a sua empregadora perguntou sobre o tratamento que vinha passando para melhorar de suas doenças.

"Ela me disse que tinham passado na frente da casa dela e ofereceram esses remédios. Os dois custaram R$ 100, valor que achei absurdo, e pior ainda, a má fé dessas pessoas que se aproveitam dos menos esclarecidos", declarou a empregadora de Dona Maria, que também vamos resguardar a identidade. Segundo Marlene Paiva, chefe do núcleo de controle de medicamentos da Covisa, a venda de medicamentos fora de drogarias e farmácias é ilegal. "A aquisição de qualquer medicamento fora desses estabelecimentos perde a garantia de qualidade e eficácia. Sem contar que não temos segurança nem controle se ele é ou não falsificado", ressalta.

Para o fiscal do Conselho Regional de Farmácia, Denis de Amorim Santos, a venda de porta em porta é uma modalidade questionável. "Todo medicamento deve ter prescrição médica para ser consumido", frisou. O farmacêutico chama ainda a atenção para outros dados que devem ser observados. "Quem está produzindo esse medicamento? Mesmo sendo remédios naturais, precisamos tomar cuidado com o princípio ativo dele", questiona.

Além de vendidos de forma indevida o valor cobrado pelos remédios chega a ser três vezes superior ao de mercado. Orçado em uma grande farmácia de manipulação da cidade, os dois remédios adquiridos por R$ 100 sairiam por apenas R$ 29,50 e com todas as garantias oferecidas por um laboratório de manipulação de renome.

Os remédios adquiridos por Dona Maria prometem a solução para todos os tipos de problema. O que é indicado no tratamento de combate ao colesterol, por exemplo, promete também corrigir doenças do coração, protege o fígado e ainda saúde e beleza para cabelos e pele. Marlene Paiva recebeu denúncias sobre esse mesmo tipo de procedimento. "Era uma prática muito comum, mas depois que fizemos uma forte fiscalização deixou de acontecer. Pelo visto eles estão voltando".

Mas entre todos os problemas, o mais difícil de combater é a cultura do nordestino de consumir, além de medicamentos sem prescrição médica, ervas medicinais sem orientação de profissional. "Não é indicado, mas é a coisa mais comum de se encontrar nas feiras".

Dicas
Para não se deixar enganar, a chefe do núcleo de controle de medicamentos da Covisa dá algumas dicas. "O alvo principal desses vendedores, são pessoas idosas e solitárias". Eles são, na maioria das vezes, pessoas de baixa escolaridade e têm p

Sair da versão mobile