Agência Estado
Pague Menos, Drogaria São Paulo e Droga Raia avaliam a possibilidade de seguir a trilha aberta pela Drogasil na Bovespa
A crise que atingiu a economia mundial confirmou a expectativa de que o varejo farmacêutico é um dos poucos setores que podem ser considerados resistentes a períodos de maior turbulência global. Impulsionado pela melhor distribuição de renda entre a população brasileira, o segmento manteve trajetória ininterrupta de expansão de vendas e agora, superado o pior momento da crise, analisa alternativas, como a abertura de capital, para manter o crescimento.
A lista de potenciais interessadas em iniciar a negociação de ações na Bolsa de Valores de São Paulo tem como principais nomes as redes Pague Menos, Drogaria São Paulo e Droga Raia, líder, terceira e quinta maiores do setor, respectivamente, de acordo com ranking da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). A Drogasil, segunda maior do setor, é a única rede de varejo farmacêutico com capital aberto.
É provável que outras empresas sigam a Drogasil na Bolsa em um prazo de até três anos. “Ainda não temos escala para abrir o capital, mas vamos manter nosso ritmo de crescimento e acredito que possamos realizar um IPO em 2012", afirma o presidente da Pague Menos, Deusmar Queirós, referindo-se à Oferta Pública Inicial de ações (IPO na sigla em inglês). Para viabilizar a abertura de capital, explica o executivo, a Pague Menos já contratou a KPMG para fazer a auditoria dos balanços e a Ernst & Young para providenciar os ajustes necessários em relação às práticas de governança corporativa adotadas na companhia.
Com previsão de crescer aproximadamente 25% este ano, a Pague Menos pretende fechar 2009 com faturamento de cerca de R$ 2 bilhões. Até 2012 o resultado deve se aproximar dos R$ 3 bilhões, projeta Queirós, não escondendo o otimismo em relação ao crescimento do mercado de varejo farmacêutico. "Os melhores réveillons da nossa vida ainda estão por vir", comemora. Mais "encorpada", a empresa teria condições de ingressar no mercado como um ativo mais atrativo para os investidores, acredita Queirós.
Droga Raia estuda IPO dentro de 24 ou 30 meses
A Droga Raia, quinta maior do setor, também visa abrir o capital. "Tendo uma visão conservadora, podemos dizer que o ingresso na Bolsa deve acontecer em algum momento nos próximos 24 a 30 meses", afirma o sócio da área de private equity da Gávea Investimentos, Piero Minardi. A Gávea, juntamente com a Pragma Patrimônio, adquiriu no fim do ano passado 30% da Droga Raia, companhia que já havia protocolado pedido de abertura de capital na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no final de 2007.
De acordo com Minardi, a presença exclusiva da Drogasil entre as empresas do setor listadas na Bolsa é explicada pelo perfil pulverizado do varejo farmacêutico no Brasil. As maiores empresas nacionais possuem aproximadamente 300 lojas em operação, em um universo composto por mais de 50 mil pontos de venda.
"O processo de consolidação do setor ainda está no início e, por isso, ainda não há novas empresas com capital aberto", explica Minardi. A Pague Menos, maior empresa do setor segundo a Abrafarma, possui menos de 6% de participação de mercado, segundo números divulgados pela pr&oac