ASCOFERJ | Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro

Investimento estratégico

Revista da Farmácia (ed. 194):

Fernando Gaspar
Fernando Gaspar

O investimento em cursos e treinamentos, seja para funcionários, seja para donos de um negócio, é considerado um tipo de investimento estratégico na sobrevivência empresarial. Na realidade do varejo farmacêutico, além dos cursos técnicos, mais voltados para farmacêuticos e balconistas e que são uma decisão óbvia de investimento em qualificação, há também as demandas ligadas a áreas como marketing, vendas, liderança, etc.

Pois bem, tomarei a liberdade de fazer algumas sugestões incomuns de investimento em treinamentos. Primeiro, vamos definir o público-alvo: todos os funcionários que precisam planejar e acompanhar a implantação de algum processo. Isso inclui os donos da empresa, herdeiros e todos os cargos de confiança, tais como encarregados, gerentes e supervisores e aqueles funcionários que você pretende desenvolver.

Segundo passo: o que se deseja obter com o treinamento? Bem, pretendo que você aborde diretamente algumas das maiores deficiências de comportamento na cultura brasileira. Se, por um lado, somos valorizados por nossa criatividade e capacidade de improvisação, por outro, somos péssimos na parte de planejamento de tempo e prioridades. Somos, na média, implantadores medíocres de processos e temos verdadeiro bloqueio no que se refere a prazos e monitoramento de desempenho. Na prática, erramos feio ao estabelecer prazos, os quais nunca são cumpridos. E isso está tão disseminado que não nos incomoda, já faz parte da nossa cultura.

Quer testar minha teoria? Pergunte a seus funcionários de confiança, sócio ou outros agregados se eles possuem uma agenda onde anotam compromissos diários. Aposto como a resposta mais comum será: “não tenho agenda, guardo tudo de cabeça”. Não acredita? Pois tente.

Feitas essas considerações, invista em treinamento em duas áreas específicas: gerenciamento de tempo e de projetos. Educar seus funcionários para gerenciar o tempo deles pode ser mais importante do que, acredite, treiná-los para vender. A gestão de tempo impacta de tal forma a produtividade do indivíduo que acaba repercutindo nas vendas.

Já a sugestão de fazer um curso básico de gestão de projetos vem de uma experiência pessoal. Tive a oportunidade de fazer um curso introdutório de uma semana. Confesso que, ao me deparar com a metodologia de gestão de projetos, me dei conta de que uma quantidade crucial de processos e ações que eu havia desenvolvido ou participado no varejo poderiam ter sido infinitamente mais bem executados se eu tivesse usado o modelo de gestão de projetos. Foi um insight perturbador, na medida em que percebi que oportunidades foram perdidas por não usar essa poderosa metodologia. Siga meu conselho, desenvolva a capacidade de gestão de projetos na sua empresa antes que seja tarde demais.

Comunicação Ascoferj

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