Ascoferj
Realizado nos dias 28 e 29 de outubro, o evento teve ao todo cinco palestras e um debate com autoridades e empresários do setor. As apresentações abordaram temas como farmácia clínica, normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), qualidade na farmácia de manipulação, política nacional de medicamentos e o papel do farmacêutico na promoção da saúde.
O pontapé inicial foi dado pelo farmacêutico-bioquímico Tarcísio Palhano, especializado em Farmácia Clínica, estudioso de erros de medicação e membro do Conselho Federal de Farmácia. Com grande experiência na área, o especialista destacou os conhecimentos necessários ao farmacêutico para atuar na área.
A Anvisa foi representada pelo farmacêutico Rafael Bovi, que resgatou conceitos e exigências das RDCs 44/2009 e 20/2011, além de relembrar os motivos que levaram a Agência a implantar o Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). “A intenção não é fazer com que o farmacêutico fique digitando por horas, mas usar a tecnologia para facilitar e agilizar o trabalho deste profissional, para que ele tenha mais tempo de atender ao paciente”, destacou o representante da Anvisa. Até junho de 2011, 39 mil empresas estavam cadastradas no SNGPC. Há, no país, 3,5 mil municípios brasileiros com, pelo menos, um estabelecimento credenciado no sistema da Anvisa.
Gerenciamento de resíduos no Canal Farma
Complexo e polêmico, o gerenciamento de resíduos na cadeia farmacêutica foi tema da palestra da farmacêutica Isabel Schittini, supervisora nas redes Drogasmil e Farmalife, da Casa Saba Brasil (CSB). Segundo Isabel, o grande vilão em torno do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é a logística reversa, ainda em construção. “Não sabemos se os produtos vencidos ficarão na drogaria ou se voltarão para a indústria? O Projeto de Lei 525/2011 diz que a responsabilidade será do fabricante, mas há sinais de que o varejo pode vir a assumir esse papel”, destacou Isabel durante a palestra. O PNRS está em discussão no Congresso e não se sabe quando será finalizado, mas ele vai regularizar a situação do descarte de medicamentos no país.
A Jornada Farmacêutica foi fechada com o painel “O farmacêutico na promoção da saúde”, durante o qual os convidados discutiram as atuais práticas de uma farmácia e as possibilidades existentes para a promoção da saúde e da qualidade de vida da população. Como grande desafio para o futuro, destacaram o conhecimento acadêmico aliado ao atendimento centrado no paciente e não no medicamento, o que humanizaria as relações.
Falta conhecimento sobre varejo
Para a farmacêutica Simone Herdy, da Unigranrio, os profissionais estão mais conscientes de sua responsabilidade. “Muitos, por exemplo, desconheciam a política de medicamentos no país. A Jornada Farmacêutica trouxe a oportunidade de se discutir uma nova concepção de atuação do farmacêutico, voltada para a promoção da saúde”, elogiou Simone.
Na opinião de Alessandro Carvalho, supervisor farmacêutico da Pacheco, uma das patrocinadoras do evento, os recém-formados saem da faculdade sem saber qual seu real papel no varejo farmacêutico. “Por isso, encontros como a Jornada Farmacêutica fazem com que esses jovens se familiarizem com as particularidades do setor”, comentou.
Leia mais na próxima edição da Revista da Farmácia