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Lei municipal incentiva quitação de débitos

A Prefeitura do Rio de Janeiro publicou recentemente a Lei Municipal nº 6.365/18, que beneficia as empresas em situação de falência, recuperação judicial, de insolvência civil ou de risco de insolvência.

Segundo a norma, a adesão ao programa deve ocorrer no prazo de até 60 dias prorrogáveis por mais 30 dias a critério do Poder Executivo, contados a partir da publicação do decreto de regulamentação. Fique atento para não perder o prazo!

Confira abaixo a íntegra da lei.

Lei Municipal nº 6.365/18

 

Art. 1º Fica instituído, nos estritos termos estabelecidos nesta Lei, programa de incentivo à quitação de créditos tributários de devedores em falência, recuperação judicial, insolvência civil ou risco de insolvência.

Parágrafo único. A adesão ao programa instituído pelo caput deve ocorrer no prazo de até sessenta dias prorrogáveis por mais trinta dias a critério do Poder Executivo contados a partir da publicação do decreto de regulamentação.

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:

I – devedor em falência, aquele para o qual tiver sido emitida a respectiva sentença judicial, nos termos do art. 94 da Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005;

II – devedor em recuperação judicial, aquele que tiver deferido o processamento da recuperação nos termos dos arts. 52 e 70 da Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005;

III – devedor em situação de insolvência civil, aquele declarado judicialmente em tal situação, em conformidade com a lei processual civil brasileira; e

IV – devedor em situação de risco de insolvência, aquele que, sem enquadrar-se nos incisos I a III deste artigo, comprovar, mediante demonstrações contábeis submetidas à auditoria independente realizada por auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários – CVM, índice de solvência, segundo o modelo de Kanitz, igual ou menor que – 4 (quatro pontos negativos), calculado de acordo com a seguinte fórmula:

IS = (0,05 x RP + 1,65 x LG + 3,55 x LS) – (1,06 x LC + 0,33 x GE), onde:

IS = índice de solvência;

RP = rentabilidade do patrimônio = lucro líquido do exercício/patrimônio líquido;

LG = liquidez geral = (ativo circulante + ativo não circulante realizável a longo prazo)/(passivo circulante + passivo não circulante);

LS = liquidez seca = (ativo circulante – estoques)/passivo circulante;

LC = liquidez corrente = ativo circulante/passivo circulante; e

GE = grau de endividamento = (passivo circulante + passivo não circulante)/ativo total.

Art. 3º O sujeito passivo que se enquadre em algum dos incisos do art. 2º, observados os requisitos desta Lei, poderá quitar, com os benefícios descritos no § 1º:

I – os créditos tributários inscritos em dívida ativa, exceto os referentes a parcelamentos em curso; e

II – os créditos tributários não inscritos em dívida ativa relativos ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS, ao Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU e à Taxa de Coleta Domiciliar de Lixo – TCL, exceto os referentes a parcelamentos em curso de qualquer desses tributos.

I – para os devedores em falência ou insolvência civil, redução de 50% (cinquenta por cento), aplicáveis à dívida consolidada de tributo, atualização monetária e acréscimos moratórios e de 100% (cem por cento) das multas penais, desde que o saldo remanescente após as reduções seja pago integralmente até o vencimento referido no § 3º;

II – para os devedores em recuperação judicial:

  1. a) redução de 50% (cinquenta por cento), aplicáveis à dívida consolidada de tributo, atualização monetária, acréscimos moratórios e multas, desde que o saldo remanescente após a redução seja pago integralmente até o vencimento referido no § 3º; ou
  2. b) redução de 30% (trinta por cento), aplicáveis à dívida consolidada de tributo, atualização monetária, acréscimos moratórios e multas, desde que o saldo remanescente após a redução seja quitado em parcelas mensais sucessivas na forma da legislação de regência dos parcelamentos ordinários;

III – para os devedores em situação de risco de insolvência:

  1. a) redução de 80% (oitenta por cento), aplicável apenas aos acréscimos moratórios e multas, desde que o tributo, a atualização monetária e o saldo remanescente de acréscimos moratórios e multas sejam pagos integralmente até o vencimento referido no § 3º;
  2. b) redução de 50% (cinquenta por cento) aplicável apenas aos acréscimos moratórios e multas, desde que o tributo, a atualização monetária e o saldo remanescente de acréscimos moratórios e multas sejam quitados em até doze parcelas mensais sucessivas, na forma da legislação de regência dos parcelamentos ordinários; ou
  3. c) redução de 30% (trinta por cento) aplicável apenas aos acréscimos moratórios e multas, desde que o tributo, a atualização monetária e o saldo remanescente de acréscimos moratórios e multas sejam quitados em mais do que doze parcelas mensais sucessivas, na forma da legislação de regência dos parcelamentos ordinários, inclusive no que se refere ao número máximo de parcelas.

I – nos casos da alínea “a” do inciso III do § 1º, para 90% (noventa por cento);

II – nos casos da alínea “b” do inciso III do § 1º, para 60% (sessenta por cento);

III – nos casos da alínea “c” do inciso III do § 1º, para 40% (quarenta por cento).

I – previstas no art. 51, inciso I, itens 6 e 7, da Lei nº 691, de 24 de dezembro de 1984;

II – excetuadas no § 4º do art. 51 da Lei nº 691, de 1984; ou

III – previstas no art. 23, III, da Lei nº 1.364, de 19 de dezembro de 1988.

Art. 4º Os benefícios de que trata o art. 3º não alcançam dívidas objeto de benefícios já deferidos, com base em leis de recuperação de créditos, pela Secretaria Municipal de Fazenda ou pela Procuradoria Geral do Município.

Art. 5º VETADO.

I – VETADO.

II – VETADO.

III – VETADO.

IV – VETADO.

V – VETADO.

  1. a) VETADO.
  2. b) VETADO.
  3. c) VETADO.
  4. d) VETADO.
  5. e) VETADO.
  6. f) VETADO.
  7. g) VETADO.
  8. h) VETADO.
  9. i) VETADO.
  10. j) VETADO.

Art. 6º Fica o Poder Executivo autorizado a retomar o Programa Concilia Rio, criado pela Lei nº 5.854 , de 27 de abril de 2015, com as alterações da Lei nº 5.966 , de 22 de setembro de 2015, e da Lei nº 6.156 , de 27 de abril de 2017, o qual abrangerá os créditos tributários e não tributários inscritos ou não em Dívida Ativa, relativos a fatos geradores ocorridos até 31 de dezembro de 2017, de acordo com as reduções referidas no Anexo da Lei nº 5.854/2015 , com a redação conferida pelo art. 7º desta Lei.

Parágrafo único. A retomada do Programa Concilia Rio, de que trata o caput, terá duração de noventa dias a contar da data de publicação da sua regulamentação, ficando vedada a cumulação com outros benefícios concedidos por leis municipais anteriores.

Art. 7º O Anexo da Lei nº 5.854/2015, passa a vigorar com a seguinte redação:

“ANEXO DAS REDUÇÕES QUE PODERÃO SER OBJETO DE CONCILIAÇÃO

I – no caso de pagamento à vista dos créditos tributários ou não tributários inscritos ou não em Dívida Ativa, redução de oitenta por cento dos encargos moratórios e multas de ofício;

II – no caso de parcelamento em até vinte e quatro vezes de créditos tributários e não tributários inscritos ou não em Dívida Ativa, redução de cinquenta por cento dos encargos moratórios e multas de ofício; e

III – no caso de parcelamento entre vinte e cinco e quarenta e oito vezes de créditos tributários e não tributários inscritos ou não em Dívida Ativa, redução de trinta por cento dos encargos moratórios e multas de ofício.” (NR)

Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 9º Fica revogado o art. 7º da Lei nº 6.156, de 27 de abril de 2017.

MARCELO CRIVELLA

 

Fonte: Departamento Jurídico da Ascoferj

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