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Trabalho finalista do IV Prêmio SAÚDE! sugere uma nova indicação para a flunarizina
A pista era inusitada, mas os pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e da Universidade Federal de São Paulo insistiram em avaliar os efeitos colaterais da flunariniza, um medicamento popular, recomendado para tratar vertigem e enxaqueca.
"Sabíamos que, ao usar essa substância, algumas pessoas apresentavam tremores e rigidez muscular, sintomas semelhantes aos de pacientes medicados com antipsicóticos", conta a psiquiatra Luísa Weber Bisol, uma das responsáveis pelo trabalho, que é finalista do IV Prêmio SAÚDE!, promovido pela revista SAÚDE! da Editora Abril. Das duas, uma: a semelhança parava por aí ou o fármaco tinha o mesmo mecanismo de ação dos remédios recomendados para o tratamento da esquizofrenia.
O grupo realizou, então, testes com 70 pacientes. Uma parte deles recebeu doses diárias de 20 miligramas de flunarizina, enquanto os demais foram tratados com um medicamento disponível no mercado. "Após 12 semanas de uso, a substância foi capaz de minimizar as alucinações, os delírios e os surtos associados à doença", conta Luísa Weber Bisol.
Os pesquisadores também notaram que, no corpo, os efeitos do medicamento duravam entre 7 e 14 dias. Isso significa que, se futuramente adotado contra a esquizofrenia, ele não precisará ser utilizado todos os dias e, sim, uma única vez por semana. Além disso, seu preço equivale a 10% de alguns antipsicóticos à venda. "Imagine como isso facilitaria a rotina dos pacientes que precisam tomar remédios a vida inteira!", argumenta a pesquisadora.