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Medicamentos maduros viram novo filão dos laboratórios

Valor Econômico

As indústrias farmacêuticas estão revitalizando "velhas fórmulas" para manter em evidência seus medicamentos maduros – aqueles que já não são mais protegidos por patentes ou nunca chegaram a ser, mas mesmo assim têm grande apelo de marca e ainda são prescritos pela classe médica. Com cada vez menos produtos no "pipeline" (lançamento de inovação), esses laboratórios buscam ampliar o ciclo de vida de seus remédios que já foram considerados os grandes "blockbusters" (campeões de venda) do mercado no passado.

A Pfizer está criando no Brasil uma nova unidade de negócios para impulsionar produtos que foram bem-sucedidos. Adilson Montaneira, diretor de negócios da farmacêutica, disse que os medicamentos maduros respondem atualmente por cerca de 30% da receita da companhia. "Queremos que essa divisão ultrapasse mais de 40% a partir de 2015, com receita acima de R$ 1 bilhão (US$ 556 milhões) (de uma receita total de R$ 3,3 bilhões/US$ 1,83 bilhão)." Na lista dos dez medicamentos mais vendidos do Brasil, mais da metade já é considerado maduro. O Dorflex, por exemplo, produzido pela francesa Sanofi-Aventis, encabeça o topo. A estratégia das farmacêuticas antes estava calcada em seus produtos de inovação, hoje cada vez mais raros no mercado.

A meta da Pfizer é revitalizar remédios como Norvasc (besilato de anlodipino), para hipertensão, e que já foi líder de vendas nos anos 90. Também estão na lista Zoloft (cloridrato de sertralina), para o combate da depressão, transtorno do pânico e Transtorno Obsessivo Compulsivo (Toc), Effexor (venlafaxina), um antidepressivo, e Aldactone (espironolactona), para tratamento de insuficiência cardíaca, e Frontal (alprazolam), para transtornos de ansiedade e pânico. O Viagra, a famosa pílula azul, já faz parte dessa lista.

A Sanofi-Aventis trabalha fortemente com remédios maduros, uma vez que cerca de 95% de seus produtos já não possuem patentes, disse Heraldo Marchezini, principal executivo da companhia no Brasil. Além do Dorflex, outro de seus tradicionais medicamentos, a Novalgina, dispensa apresentações no mercado. Para Marchezini, a boa aceitação de parte desses produtos já consolidados no mercado reflete a marca forte e preços mais atraentes, uma vez que estão livre de patentes.

A farmacêutica Merck Sharp & Dohme (MSD), que prioriza os medicamentos de inovação, também está focando em seus medicamentos de marca, com preços competitivos. A estratégia da companhia é promover no país remédios como o Zocor (colesterol), que teve a patente vencida, mas tem grande aceitação no mercado. José Octávio Costa Filho, diretor médico da MSD, afirmou que outros produtos voltados para saúde feminina, como o Livial (distúrbio da menopausa), Hyzar e Cozar, ambos para combater a hipertensão, estão sendo trabalhados.

Nos últimos anos, alguns laboratórios globais passaram a "terceirizar" a divulgação de seus produtos maduros. A Moksha8, criada em 2008 e com atuação nos países emergentes, é um exemplo. A empresa tem um vasto portfólio de medicamentos de várias farmacêuticas para comercialização. Nada é produção própria, pelo menos por enquanto. Mario Grieco, presidente da companhia, afirmou que a retomada da venda desses remédios por gran

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