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Em entrevista à rádio Tupi AM de São Paulo na manhã desta quarta-feira, a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, detalhou duas propostas para a Saúde, setor sobre o qual tem comentado pouco nos últimos meses. Ela defendeu a desoneração dos remédios e a implantação de clínicas de médicos especialistas para completar a cadeia de atendimento do SUS. A garantia de acesso a medicamentos e a criação dos ambulatórios médicos de especialidades (AME) são bandeiras de seu adversário, José Serra (PSDB).
-Há uma grande reclamação que vejo: o atendimento especializado, o tempo de demora para consultar os especialistas. Vejo algo que deu certo nos estados, as policlínicas. Na hora da emergência, vai para a UPA e, depois, se for necessário marcar uma consulta, vai para a policlínica. Montar essa cadeia é meu objetivo – disse Dilma, que avalia que o SUS tem méritos, mas também "lacunas e falhas".
Sobre os remédios, afirmou que a desoneração é uma política social.
– Uma coisa com muito imposto é o remédio. É uma questão de justiça social reduzir os tributos dos remédios e se assegurar que há redução no preços. É tirar o imposto e garantir que reduza o preço do remédio – disse a petista.
Na área de educação, ao reiterar sua meta de implantar escolas técnicas profissionalizantes em todo o país, criticou indiretamente José Serra. Dilma comentou que a imprensa noticiou a "falta de professores na área de exatas".
– Li com preocupação uma notícia que aqui, em São Paulo, há imensa dificuldade com professores de exatas. A matemática e a física são cruciais para, no futuro, ter mão de obra formada e também ter pesquisadores, engenheiros, técnicos e também cientistas – disse Dilma, que defendeu nos últimos meses o aumento de gastos públicos com custeio no setor de educação.
Nesta quarta-feira, o jornal "Folha de S.Paulo" publicou matéria sobre o déficit de docentes e citou o atual governador, Alberto Goldman (PSDB): "A
Secretaria da Educação já constatou e está fazendo todo o esforço para que sejam formados professores na área de física. Parece que ninguém quer ser professor de física, não sei por quê."
Sobre os aposentados, Dilma afirmou que o presidente Lula irá considerar dois aspectos em sua decisão de vetar ou manter o reajuste aprovado pelo Congresso, de 7,7%:
– É preciso ver se há recurso suficente para chegar a 7,7%. O presidente vai olhar com equilíbrio duas questões: o compromisso que temos com o social e ver se tem recursos. Eu, se tivesse nessa condição, eu teria de olhar a mesma coisa. Quem tá no cargo de presidente tem responsabilidade.