Folha Online
Dois norte-americanos e uma israelense dividiram o Prêmio Nobel de Química por mostrarem como os ribossomos –máquinas produtoras de proteínas dentro das células– funcionam, trabalho que tem implicação importante para os antibióticos, informou o comitê que concede o prêmio nesta quarta-feira.
O prêmio de 10 milhões de coroas suecas (US$ 1,4 milhão) foi dado aos norte-americanos Venkatraman Ramakrishnan e Thomas Steitz e para a israelense Ada Yonath, que detalharam como os ribossomos, que produzem proteína a partir das instruções contidas no DNA, funcionam no nível atômico.
"Como os ribossomos são cruciais para a vida, eles também são um grande alvo para os novos antibióticos", disse o Comitê do Nobel para a Química da Real Academia Sueca de Ciências em comunicado.
O trio explicou, por modelos 3D, como DNA é lido pela célula e mostrou o ribossomo em funcionamento, detalhando como vários antibióticos bloqueiam a função dos ribossomos nas bactérias e as desativam. Isso ajuda a entender como as bactérias criam resistência a remédios e contribui para desenvolver novas drogas.
"Quando comecei esta pesquisa, eu entendi que estava tratando de uma questão muito importante sobre a vida. Nem sempre acreditei que conseguiria achar a resposta. Estou incrivelmente feliz", disse Ada em teleconferência transmitida de Estocolmo, Suécia, onde o prêmio é anunciado.
Ada Yonath é a quarta mulher a receber o Nobel de Química e a primeira desde 1964, quando a britânica Dorothy Crowfoot Hodgkin foi laureada. Antes delas receberam o prêmio Marie Curie (1911) e a filha dela, Irene Joliot-Curie, em 1935.
Esse é o terceiro Prêmio Nobel entregue neste ano após as premiações nas áreas de Medicina, na segunda-feira, e Física, na terça-feira.
O prêmio foi criado por vontade do magnata da dinamite Alfred Nobel e é entregue desde 1901.