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Novartis investe em inovação para crescer

Valor Econômico

Quais os novos desafios das indústrias farmacêuticas? Essa é uma das principais perguntas feitas por muitos laboratórios, em meio a um cenário global de altos custos e baixo retorno das pesquisas. A resposta não foge muito à regra. As grandes companhias do setor, se quiserem continuar relevantes nesse segmento, devem manter suas apostas em inovação.

A suíça Novartis faz parte do grupo de farmacêuticas que mantém o foco em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Com um pipeline (produtos em desenvolvimento) de 145 novos projetos, a multinacional teve 20 medicamentos aprovados nos últimos 10 anos.

O lançamento de novos medicamentos está cada vez mais restrito. Nos últimos anos, os registros de novos remédios no FDA (Food and Drug Administration), agência de vigilância americana, têm caído significativamente, enquanto os investimentos em P&D estão em alta. Em seu Instituto Novartis para Pesquisa Biomédica (NIBR, na sigla em inglês), a companhia está buscando um novo caminho para desenvolver novas drogas.

Segundo Adam Hiill, diretor de plataforma do NIBR, em Cambridge, nos EUA, os caminhos para se buscar a cura para um determinado distúrbio não partem mais de pesquisas em cima da doença em si, mas em descobrir o percurso que leva a ela. Com nove unidades espalhadas pelo mundo, o NIBR é composto por 7.000 "cabeças pensantes" e visa estabelecer uma "nova gramática" para as descobertas de novas drogas. A unidade de Cambridge, um dos principais centros de inovação da farmacêutica, conta com cientistas de todo mundo e parcerias com universidades. O instituto, onde antes era uma fábrica de doces, fica a poucas quadras de Harvard e também do MIT (Massachusetts Institute of Technology), um dos principais polos de inovação do mundo.

Dividido em quatro áreas de atuação, o NIBR indica quais são as doenças que serão pesquisadas, oferece por meio de suas plataformas a expertise necessária a cada equipe, define alvos e rumos do desenvolvimento da pesquisa, e cria mecanismos estratégicos para a divulgação das descobertas.

Terceira maior farmacêutica global em receita, com US$ 44,3 bilhões em 2009, a Novartis está entre as dez maiores multinacionais que investem em inovação, atrás do Google, Amazon, Apple e Facebook. Tradicionalmente, o desenvolvimento de um medicamento demora entre nove e quinze anos, com aplicação de cerca de US$ 1 bilhão. Geralmente, de 10 mil moléculas pesquisadas, uma apenas resulta em produto eficiente colocado no mercado.

Os estudos para uma nova droga se inicia com a identificação de uma proteína associada à doença. A partir daí, os laboratórios desenvolvem compostos químicos ou anticorpos que podem combater a doença. São quatro fases de desenvolvimento e pesquisas antes do registro final do produto. O caminho agora é encontrar mecanismo de atuação dessas moléculas, não a partir da doença em si. Uma mesma molécula poderá trazer resultados eficientes para a cura de um conjunto de males – não apenas de uma doença, explica Karen Moore, coordenadora da área de oncologia. Ou seja, a partir da descoberta de uma molécula para a cura de determinada doença, essa mesma substância poderá ser estudada para outros tratamentos.

Esse percurso tem sido percorrido por alguns dos principais laboratórios do mundo. A Novartis, assegura, tem feito esforços para atingir esse caminho mais rápido.

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