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Novo presidente vai acelerar a Novartis

Valor Econômico

Joe Jimenez diz que mais de 20 anos vendendo alvejante Clorox e ketchup lhe ensinaram a tomar decisões rapidamente. Agora, na condição de executivo-chefe da Novartis, segunda maior companhia de fármacos da Europa, ele tentará provar que velocidade também pode fazer uma diferença no setor farmacêutico. Jimenez, de 50 anos, está substituindo Daniel Vasella, de 56 anos, que conduziu a fusão da Sandoz com a Ciba-Geigy que criou a Novartis em 1996, e dirigiu a companhia desde então.

No momento, Jimenez está se deliciando sob o brilho dos resultados de quarto trimestre da Novartis: o lucro líquido cresceu 49% em relação ao mesmo período no ano anterior, para US$ 2,32 bilhões sobre vendas de US$ 12,6 bilhões, em alta de 28%. Mas o novo executivo-chefe, que anteriormente havia dirigido a divisão farmacêutica, deverá receber em breve a sua chance de testar os reflexos. Os tratamentos campeões de vendas da Novartis, o comprimido para hipertensão Diovan e o remédio para tratamento de câncer Gleevec, perdem proteção de patente em 2012, e a Novartis, a exemplo de todas as grandes farmacêuticas, está se debatendo para apresentar a nova geração de medicamentos.

Jimenez, um americano com diplomas de Stanford e da Universidade da California em Berkeley, acredita que sua formação em produtos de consumo ajudará. Ele começou a carreira na Clorox, maior produtora mundial de alvejantes, dirigiu duas unidades da ConAgraFoods e supervisionou as operações europeias. Como os remédios de uso contínuo, "as decisões precisam ser tomadas velozmente, pois os mercados se movem velozmente". Mas os negócios farmacêuticos têm tempos de maturação longos, o que "tende a retardar o processo decisório em áreas onde isso não seria necessário".

Jimenez foi responsável pela introdução do ketchup verde adequado para crianças quando foi executivo-chefe da Heinz na América do Norte, disse o executivo-chefe e presidente do conselho de administração da Heinz, William R. Johnson. Em 2002, Jimenez passou para a Europa, onde reestruturou a direção e reduziu custos através da união de fábricas. Ele atuou no conselho de administração da AstraZeneca e assessorou o Blackstone Group antes de ingressar na Novartis em 2007.

Vasella permanecerá como presidente do conselho de administração. Depois de transformar a Novartis numa potência com vendas anuais de US$ 44,3 bilhões, ele não pretende se retirar para os bastidores. Em entrevista recente à "Bloomberg", ele explicou que decidiu no começo do ano passado renunciar do cargo de executivo-chefe em 2010. "A pergunta que faço a mim mesmo é como me desvincularei, como não intervir mesmo estando aqui", ele diz. "Não posso afirmar que de repente eu tenha me desinteressado".

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