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Pesquisa alerta para pressão alta em jovens

Recentemente, um estudo publicado na revista científica Journal of American College of Cardiology, liderado pelo cardiologista brasileiro e professor de Medicina e Radiologia da Universidade Johns Hopkins, João Lima, constatou que elevações moderadas da pressão sanguínea, geralmente consideradas normais em jovens adultos, podem causar danos no coração durante a meia-idade.

Atualmente, em jovens, os valores tidos como normais pelas organizações de saúde são 140 x 90 mmHg (14/9). Acima disso, consideram hipertensão. Porém, o pesquisador defende que a pressão máxima não deveria ultrapassar 120 x 80 mmHg (12/8). Ele explica que, acima disso, o coração sofre. O estudo revelou que uma pressão constante igual ou superior a 14/9 começa a causar danos na faixa dos 20 anos, provocando alterações na função cardíaca mais cedo do que deveria.

Outra pesquisa que também serve de alerta para os profissionais de saúde mostrou que, praticamente, ¼ dos brasileiros sofre de hipertensão, segundo dados divulgados em maio deste ano pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde.

A pesquisa ainda identificou que a hipertensão atinge 26,8% das mulheres e 22,5% dos homens. A capital com a menor porcentagem de hipertensos no país é Palmas. E Porto Alegre tem a situação mais crítica, com 29,2% dos moradores portando a doença.

Em muitos casos, a pressão alta é silenciosa e, se medidas de prevenção não forem tomadas, ela pode ocasionar derrames cerebrais, infarto, insuficiência cardíaca, angina, insuficiência renal ou paralisação dos rins e alterações na visão, que podem levar à cegueira.

Dicas para uma aferição correta

O Dia Mundial do Coração é celebrado em 27 de setembro. A hipertensão está entre as principais causas das doenças cardíacas, e as campanhas realizadas nessa data são muito importantes para reduzir os índices de incidência.

A diretora da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), Frida Plavnik, explica que os profissionais de farmácia podem ser úteis na hora de orientar os clientes quanto a esses riscos. Além disso, se treinados e capacitados, podem fazer a aferição da pressão arterial quando necessário.

“Antes de realizar o teste no paciente, o farmacêutico precisa certificar-se de que o aparelho é de qualidade e se foi validado e aprovado por entidades científicas, procedimentos que garantem a eficácia e a segurança dos resultados”, reforça Frida.

A aferição deve ser feita com o paciente na posição sentada, respeitando um período de repouso de cinco minutos. Em alguns casos, são necessárias várias leituras para estabelecer algum diagnóstico.  Se a leitura inicial apresentar um valor alto, deve-se, então, medi-la novamente. Em seguida, mais duas vezes e em, pelo menos, mais dois outros dias, para assegurar o diagnóstico de hipertensão arterial.

De acordo com Frida, durante a consulta na farmácia e por meio da realização dos testes específicos, o profissional de saúde terá a oportunidade de orientar o cliente. “É essencial que o farmacêutico pontue a importância do uso correto de um anti-hipertensivo, da continuidade do tratamento, da manutenção de um peso saudável e de acordo com idade e altura, da atividade física regular e de evitar exageros com o sal”, detalha a representante SBH. Frida ressalta, ainda, que iniciativas como essas asseguram a saúde e conquistam a simpatia do cliente.

Outra preocupação é com a saúde de jovens e adolescentes. “As farmácias podem criar e distribuir cartilhas orientando sobre a hipertensão. Eles precisam ficar atentos, já que, cada vez mais, cresce o número de jovens hipertensos”, alerta a especialista.

Controle da hipertensão em dez passos

  1. Explique a necessidade de medir a pressão, pelo menos, uma vez por ano.
  2. Fale sobre a importância das atividades físicas.
  3. Alerte para o peso ideal, evitando a obesidade.
  4. Peça para seguir uma alimentação saudável, com pouco sal, sem frituras e com mais frutas, verduras e legumes.
  5. Oriente sobre os malefícios do consumo excessivo de álcool.
  6. Alerte para a importância de abandonar o cigarro.
  7. Oriente sobre os riscos de interromper o tratamento, que deve ser para a vida toda.
  8. Peça para seguir as orientações do médico ou profissional de saúde.
  9. Sugira menos estresse e mais tempo para a família, amigos e lazer.
  10. Ame e seja amado.

Fonte: SBH

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