Ícone do site ASCOFERJ | Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro

Pesquisa conjunta da Mayo Clinic com outras entidades identifica compostos que podem levar à nova classe de medicamentos contra depressão

Portal Fator Brasil

Pesquisadores da Clínica Mayo, do campus de Jacksonville, Flórida, e da Virginia Tech de Blacksburg, Virgínia, licenciaram, para o laboratório AstraZeneca, compostos químicos que potencialmente podem ser aplicados para o desenvolvimento de novos medicamentos para o tratamento de depressão. A colaboração entre as duas instituições tem como objetivo o desenvolvimento de novos compostos e a pesquisa contínua de ambas instituições com inibidores de recaptação tripla.
 
De acordo com o pesquisador Elliott Richelson, médico do Departamento de Farmacologia da Clínica Mayo, esta pesquisa é importante porque os inibidores de recaptação tripla bloqueiam a recaptação dos neurotransmissores serotonina, norepinefrina (ou noradrenalina) e dopamina. Hoje, alguns antidepressivos disponíveis no mercado inibem ou bloqueiam a recaptação da serotonina, enquanto outros bloqueiam a recaptação de ambos, serotonina e da norepinefrina.
 
Um elemento chave no modo de ação da célula nervosa é o retorno à célula de origem de um neurotransmissor liberado para conduzir sua mensagem a outras células. Este mecanismo é chamado de recaptação. Na depressão, poucos neurotransmissores são liberados no cérebro e, ao bloquear a recaptação desses três neurotransmissores, mais neurotransmissores poderiam ser enviados às células nervosas. É este o foco da pesquisa da Mayo – desenvolver uma nova classe de antidepressivos que bloqueie a recaptaçao dos três neurotransmissores.
 
Esta pesquisa foi iniciada há mais de 10 anos, quando o médico Elliott Richelson foi convidado, pela sua experiência em farmacologia psiquiátrica e em tratamento de pacientes com depressão e ansiedade, pelo químico Paul Carlier (hoje na Virginia Tech), a avaliar e colaborar com sua nova descoberta. Os esforços dos pesquisadores foram estimulados já que os atuais medicamentos não atendem todas as necessidades de tratamento da depressão. Em alguns casos, o tratamento com antidepressivos pode levar semanas antes que os sinais e sintomas da doença comecem a ser aliviados. Há também uma grande porcentagem de pacientes que não encontra alívio com o tratamento inicial, tendo que tentar outros medicamentos e de 10% a 15% dos portadores de depressão são considerados resistentes a tratamento. “Há esperanças de que os inibidores da recaptação tripla possam ter um início de ação mais rápido e propiciar alívio a uma porcentagem maior de pacientes, incluindo aqueles que são resistentes a tratamento”, diz Elliott Richelson.
 
Os inibidores de recaptação tripla também poderão ser mais convenientes para os pacientes, diz o pesquisador, já que a possibilidade dos inibidores de recaptação tripla reagirem com outros inibidores parece pequena e não há restrições a alimentos”, diz o pesquisador.
 
“A promessa dessa pesquisa é o desenvolvimento de novos compostos químicos para o tratamento de uma variedade de doenças psiquiátricas, além da depressão”, diz Elliott Richelson. “Com um melhor equilíbrio na regulação da recaptação da serotonina, dopamina e norepinefrina, os pacientes têm uma maior possibilidade de aliviar, com sucesso, seus sintomas psicológicos”.
 
O trabalho conjun

Sair da versão mobile