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Pesquisadores da Mayo Clinic dizem que combinação tripla de medicamentos é uma opção promissora para o tratamento de câncer de mama HER2+ com metástase, com vantagem adicional de não causar perda de cabelo
A combinação de dois medicamentos usados em quimioterapia (capecitabina e vinorebina) com trastuzumabe é uma nova opção pelo menos tão benéfica aos pacientes quanto as disponíveis, porém com um beneficio adicional: não causa perda de cabelos nas pacientes. Estes foram algumas das conclusões de estudo desenvolvido pela Mayo Clinic de Jacksonville, reportadas durante o 45o Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO – American Society of Clinical Oncology), realizado em maio, em Orlando, Flórida.
"Esse é um regime terapêutico muito bem tolerado pela paciente. A combinação é um bom exemplo de um excelente equilíbrio: boa atividade e baixa toxidez", diz a pesquisadora sênior do estudo, a médica Edith Perez, diretora do Centro de Câncer de Mama da Clínica Mayo de Jacksonville.
O estudo clínico é o primeiro nos Estados Unidos a pesquisar essa combinação específica de tratamentos com câncer de mama HER2 positivo metastático. Das 45 pacientes participantes do estudo, 67% responderam ao tratamento, conseguindo uma redução do tamanho de seus tumores em pelo menos 30%. A resposta histórica a regimes com medicamentos convencionais (um medicamento de quimioterapia com Herceptin), que são usados atualmente no tratamento de câncer de mama HER2 positivo metastático, é de cerca de 50%, observa Winston Tan, médico oncologista da Mayo.
Para Winston Tan, "o regime triplo parece ser uma escolha bastante razoável, que oferece a vantagem adicional de não provocar a queda de cabelos nas mulheres que o adotarem". A combinação de medicamentos, usada mais comumente por pacientes com câncer de mama HER2 positivo já disseminado – paclitaxel ou docetaxel com trastuzumabe – sempre causa perda de cabelo, explica.
Todos os agentes já foram aprovados para uso pela FDA (órgão que controla a comercialização de alimentos e medicamentos nos EUA), embora a vinorelbina ainda não tenha sido aprovada para esse regime específico de tratamento nos Estados Unidos.
A quimioterapia com capecitabina não é combinada normalmente com o trastuzumabe, porque alguns estudos sugerem que não oferece benefícios sinérgicos ou suplementares. No entanto, segundo o oncologista, novas pesquisas têm demonstrado que a combinação é, de fato, promissora.