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Prati investe para ampliar presença em genéricos

Valor Economico

Muitos laboratórios nacionais viveram seu ano de ouro em 2010, com o forte assédio de multinacionais e grandes farmacêuticas internacionais interessadas em adquirir ativos no Brasil. De olho nessa onda de expansão do setor, a paranaense Prati-Donaduzzi, com atuação focada no Sul do país, começa a ganhar projeção nacional e a atrair os holofotes para avançar em território nacional.

Especializada na produção de "cesta básica" de medicamentos para o governo, a companhia está expandindo seus negócios em genéricos e em remédios fracionados (que podem ser vendidos em doses estabelecidas pela prescrição médica) e busca reconhecimento no mercado com produtos de maior valor agregado.

A partir de setembro, a empresa inicia um ciclo de investimentos para elevar sua linha de produção e entrar na área de oncologia. Os aportes, neste primeiro momento, deverão ser de R$ 50 milhões. "Atualmente, nossa maior produção está atrelada a medicamentos para órgãos públicos", disse ao Valor Luiz Donaduzzi, presidente e um dos fundadores da companhia junto com sua esposa Carmem.

Fundada há 18 anos, a Prati-Donaduzzi, com sede em Toledo, no oeste paranaense, cresceu nos últimos anos focada em vendas governamentais. Isso garantiu à companhia maior escala, mas rentabilidade pouco robusta. "Temos uma produção verticalizada, com medicamentos, transporte e distribuição, laboratório de bioequivalência, embalagens. Só não atuamos em farmoquímicos", disse Donaduzzi. O laboratório também terceiriza a fabricação de fármacos para multinacionais do setor.

O portfólio de quase 180 medicamentos, sobretudo de genéricos, também permitiu à companhia um maior espaço no mercado doméstico – a empresa quer abocanhar mercado dos medicamentos com perda recente de patentes. "Mas não vamos entrar em polêmica", afirmou Donaduzzi.

A empresa descarta, no momento, vender o controle. "Somos constantemente assediados, mas não quero abrir mão da farmacêutica", disse o empresário, doutor em biotecnologia pelo Instituto Politécnico de Lorraine de Nancy (França). Segundo Donaduzzi, a empresa pode buscar, no futuro, um parceiro financeiro para expandir seus negócios. "A companhia tem ativos interessantes. Além disso, tem atrativo fiscal – por estar no Paraná, o ICMS é de 12% [contra 18% em São Paulo]", afirmou uma fonte do mercado.

Com crescimento médio entre 20% e 25% nos últimos anos – em 2010 foi de 25%, segundo dados da consultoria IMS Health obtidos pelo Valor -, a companhia projeta faturamento de R$ 370 milhões, ante R$ 312 milhões no ano passado. A empresa iniciou suas atividades na área de medicamentos hospitalares em uma pequena fábrica com 10 trabalhadores e cinco máquinas. O laboratório começou a expandir seus negócios a partir de 1999, com a aprovação da Lei dos Genéricos. Atualmente está com 2,7 mil funcionários.

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