O primeiro É De Farmácia de 2020, que foi publicado no canal da Ascoferj no Youtube (07/01), contou com a presença da fundadora e CEO do Receita Digital, Ihvi Maria, aplicativo que integra médicos, farmácias e pacientes para a prescrição digital.
Tendência do digital versus cultura do papel
Com o crescimento do número de atividades realizadas no ambiente online, a expectativa é de que, em breve, todas as prescrições médicas sejam feitas por meios digitais. “É uma tendência muito clara, mas a inovação no segmento da saúde acontece mais lentamente, pois é totalmente regulamentado, além do fato de o cuidado em saúde envolver muitas áreas”, comenta a CEO do Receita Digital, convidada do programa.
Riscos da prescrição em papel
Uma das principais motivações para se acabar com as prescrições em papel é a dificuldade que muitos farmacêuticos têm em identificar a letra do médico, o que traz grandes riscos para o paciente, como levar para casa o medicamento errado, por exemplo.
Ihvi Maria lembra uma campanha realizada recentemente pelo Conselho Regional de Farmácia do Paraná (CRF-PR) para combater a prescrição ilegível: “No fim das contas, a responsabilidade acaba recaindo sobre o farmacêutico”, comenta ela.
Compreender o que está escrito na receita médica é importante não apenas na hora da compra, mas também no momento de iniciar o tratamento. “Muitas vezes, a pessoa conta com a ajuda do farmacêutico, mas chega em casa e não consegue entender se é de 8 em 8 horas ou de 12 em 12”, destaca Ihvi.
A prescrição digital é a principal solução para o problema da ilegibilidade, mas também há outras vantagens: eliminam-se as possibilidades de perda e falsificação. “Estamos falando de segurança do paciente, autenticidade do documento e praticidade”, diz a CEO do Receita Digital.
Como funciona o aplicativo
O aplicativo foi desenvolvido para facilitar a vida das pessoas. “A proposta é que, em vez de o médico escrever em um papel, que será levado para uma farmácia para ser colocado no computador, toda a prescrição seja online. O médico acessa nossa plataforma e vincula o tratamento ao CPF do paciente. Este, por sua vez, pelo aplicativo, tem acesso às informações e pode chegar na farmácia mostrando o código de barras ou apenas informando o seu CPF, já que a farmácia também terá acesso aos dados do paciente”, explica.
O Receita Digital, que já está rodando em algumas farmácias e drogarias, consegue integrar os medicamentos que o paciente precisa aos que estão disponíveis no estoque da farmácia, facilitando o processo de venda. Até o momento, os testes estão sendo realizados gratuitamente, mas, no futuro, as farmácias terão de fazer uma assinatura mensal para usar o aplicativo, algo semelhante à NetFlix.
Farmácias têm versão de teste
Para que as farmácias façam sua adesão ao Receita Digital, é necessário haver uma base de médicos já cadastrada. “Nós estamos integrando uma plataforma que tem cinco mil médicos adeptos das receitas digitalizadas, mas que ainda precisam imprimi-las. E é essa impressão que não será mais necessária”, explica Ihvi.
Ela revela ainda que a tendência é que cada vez menos profissionais estranhem a nova opção. “O sistema tem que ser bom para quem vai usar, por isso estamos disponibilizando a versão de teste para as farmácias testarem e dizerem o que funciona e o que não funciona”.
Norma sanitária precisa de revisão
As prescrições digitais não são proibidas, porém a legislação está desatualizada, principalmente para medicamentos controlados. “Ao mesmo tempo temos uma legislação que diz que qualquer documento assinado digitalmente no padrão ICP-Brasil tem validade legal”, diz a CEO.
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Fonte: Revista da Farmácia