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Roche vai negociar a venda de sua única fábrica no Brasil

Cruzeiro do Sul

Uma das maiores fabricantes de medicamentos do mundo, a suíça Roche, vai negociar a venda de sua única fábrica no Brasil, localizada em Jacarepaguá, zona oeste do Rio. A empresa informa, porém, que a produção de medicamentos com a sua marca será mantida e que ela continuará a investir no País. A notícia pegou o mercado de surpresa, já que há menos de cinco anos a Roche investiu US$ 70 milhões para reinaugurar e remodelar a unidade, mais outros US$ 9 milhões na infraestrutura

Em novembro do ano passado, a multinacional anunciou gastos adicionais de US$ 6 milhões na fábrica para a construção de um prédio para abrigar laboratórios de controle de qualidade. No total, foram US$ 85 milhões no empreendimento, que produz apenas medicamentos com receita médica, como Bactrim, Lexotan, Rivotril e Xenical. São, ao todo, 482 funcionários na unidade e 1,3 mil no País.

"A Roche continuará investindo no Brasil na área farmacêutica. O futuro parceiro deverá dar continuidade à produção dos medicamentos da farmacêutica para os mercados locais e externos. Eles continuarão sendo fabricados com toda a qualidade característica dos produtos Roche", informa a empresa. A Roche acrescenta que não está saindo do Brasil e que ainda não iniciou conversas com um potencial investidor, mas que há possibilidade de novas contratações assim que o negócio for concluído. As negociações, segundo ele, só serão iniciadas após discutir com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a melhor opção para a fábrica.

A negociação faz parte da estratégia global da Roche de focar em pesquisa para o desenvolvimento de medicamentos biológicos, voltados para oncologia, por exemplo. Essa estratégia ganhou força após a aquisição do grupo americano de biotecnologia Genentech, por US$ 46,8 bilhões, em março. Este ano, a Roche investiu de R$ 54 milhões em pesquisa clínica apenas no Brasil. Em julho do ano passado, a Roche já havia se desfeito, em todo o mundo, de sua divisão de medicamentos sem prescrição médica. Foi quando a empresa vendeu essa área para a alemã Bayer, por 2,38 bilhões de euros.

Uma fonte do setor farmacêutico, que pediu para não ser identificada, afirma que a notícia surpreendeu o mercado. Segundo essa pessoa, no entanto, "faz sentido" a negociação, já que a tendência mundial é a de investir no desenvolvimento de medicamentos biológicos. Nesse sentido, a Roche poderia estar "fazendo caixa" para investir nesse novo nicho de mercado. A fonte acrescenta que todos os laboratórios investem fortunas na pesquisa de mil moléculas, por exemplo, para somente uma produzir um bom remédio. Já nos medicamentos biológicos, que vêm sendo chamados de nova fronteira, a chance de descobrir um campeão de vendas é muito maior. "O foco dos investimentos, neste instante, são os medicamentos inovadores, sobretudo os biotecnológicos", informa a Roche.

A Roche integra um grupo composto por 72 empresas de origem estrangeira que atuam no mercado brasileiro. Segundo a Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma), esse grupo respondeu por 55% do faturamento do setor em 12 meses acumulados até maio. Incluindo as brasileiras, são cerca de 400 empresas no total q

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