ASCOFERJ | Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro

Seu funcionário não pode tirar férias?

Revista da Farmácia (ed.191): Artigo_Fernando Gaspar_foto_crédito divulgação

Por Fernando Gaspar

 

Todo ano, quando chega o verão, é a mesma coisa: todos querem tirar férias para aproveitar os dias longos, o tempo das crianças em casa e tudo o mais que a estação mais quente do ano propicia. Surgem, em paralelo, alguns dramas corporativos. “Quem vai substituir meu gerente e meu farmacêutico?” ou ainda “Como ficará a operação dos caixas?”. No papel de consultor, presenciei soluções criativas que envolviam a capacitação de funcionários sobressalentes, uma espécie de “faz tudo”, que jogava em várias posições operacionais e que cobria férias. Claro que tal solução não se aplica aos farmacêuticos, um caso à parte.

Por outro lado, já presenciei soluções que mais pareciam inspirados nos tempos da “Casa Grande e Senzala”, onde o funcionário era convencido a dobrar todos os dias do mês até que o colega retornasse das férias. Em todas as ocasiões que acompanhei, essa oferta foi feita ao gerente, essa figura tão essencial a qualquer varejo.

Por trás dessas soluções e problemas, está sempre o mesmo fator: planejamento. Quanto mais tempo e energia forem investidos no planejamento das férias dos funcionários e na elaboração das soluções operacionais para viabilizá-las, menores serão os possíveis danos colaterais.

Férias bem planejadas podem servir como uma grande oportunidade para que funcionários que estejam em desenvolvimento tenham sua chance de ouro. Além disso, com planejamento, é possível se distinguir gargalos de conhecimento, ou seja, descobrir que um funcionário detém um conhecimento prático que precisa urgentemente ser repassado para algum colaborador para que o processo não pare durante as férias.

Quer um exemplo? Uma vez atendi a um cliente que estava com um problemão: só depois de dar férias a um funcionário é que ele se deu conta de que esse funcionário era o único que sabia operar o sistema de PBM da loja e, portanto, as vendas estavam empacadas. Ninguém, nem mesmo o dono, sabia manuseá-lo adequadamente. Esse relato soa muito distante, muito improvável de acontecer na sua loja? Pois, então, examine com cuidado sua operação, tanto a frente de loja como a retaguarda.

Áreas como tesouraria, contas a pagar e contas a receber costumam ser muito centralizadas em indivíduos de confiança e são sensíveis para serem delegadas nas férias. Como resolver? Usando uma metáfora do futebol: vai matar a bola no peito e chutar para frente? Para acrescentar um pouco de drama ao enredo, cabe lembrar que empresas de segurança costumam ver com desconfiança funcionários que dispensam sair de férias. Será que estão escondendo algo?

Enfim, a necessária rotatividade de pessoal para cobrir férias planejadas pode ser uma rica oportunidade de aprendizado para os funcionários na medida em que a equipe é colocada sob novos arranjos, gerando maior tônus motivacional e crescimento profissional.

Comunicação Ascoferj

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