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A personalização do tratamento do câncer colorretal foi o tema discutido no dia 9 de outubro (sexta-feira), em simpósio satélite promovido pela Merck Serono durante o XVI Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, organizado pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), em Fortaleza (CE). O encontro foi presidido pelo médico Frederico Costa, do Hospital Sírio e Libanês, com participação de Paulo Hoff, professor da Universidade de São Paulo, e de Graeme Poston, do University Hospital Aintree (UHA), em Liverpool, Inglaterra.
O uso do cetuximabe, anticorpo monoclonal contra o receptor do fator de crescimento epidérmico, que está relacionado com o crescimento dos tumores, foi destacado pelo Dr. Poston, um dos mais renomados especialistas europeus em cirurgia hepática. Segundo ele, pacientes que usam a substância no tratamento de primeira linha da doença, aliado à quimioterapia, não somente têm aumento na sua sobrevida, como também obtêm altas taxas de resposta, o que aumenta as chances de ressecção das metástases hepáticas e, eventualmente, até de cura.
No simpósio, foi apresentado estudo no qual a substância cetuximabe demonstrou uma melhora significativa na sobrevida global quando adicionado à quimioterapia de primeira linha padrão para câncer colorretal metastático em pacientes com tumores do tipo KRAS não mutado. Em pacientes sem mutação do gene KRAS na regulação de seus tumores – característica facilmente reconhecida em testes – a sobrevida mediana foi de 23,5 meses nos que receberam o cetuximabe junto com a terapia quimioterápica FOLFIRI, comparada com 20 meses nos que receberam apenas a quimioterapia. O risco da progressão da doença foi reduzido em 30% e a probabilidade de conseguir uma resposta do tumor dobrou.
Mais informações sobre a doença – As estimativas nacionais para o ano de 2005 apontaram o câncer colorretal como o quarto mais frequente para ambos os sexos, sendo 12.410 casos novos em homens e 13.640 em mulheres. Estes valores correspondem a um risco estimado de 14 casos novos a cada 100 mil homens e de 15 para cada 100 mil mulheres. A maior incidência de casos ocorre na faixa etária entre 50 e 70 anos, com risco aumentado a partir dos 40 anos. Para esse tipo de câncer, a sobrevida média cumulativa em cinco anos é de 40-50%, não sendo grande a diferença entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento.