Brasil Econômico
Em movimento que está sendo apelidado de Pharma 2.0, tecnologia permite melhores resultados clínicos e ainda monitoram testes com novos medicamentos
Os fabricantes de medicamentos estão começando a se aproximar das empresas de tecnologia da informação em um esforço para provar a governos e seguradoras o valor de seus produtos.
Ao usar aparelhos inteligentes que monitoram os pacientes em tempo real, as empresas farmacêuticas acreditam que seja possível melhorar os resultados clínicos e estabelecer o verdadeiro custo/benefício de um tratamento.
O resultado, de acordo com relatório da Ernst & Young divulgado ontem, deve ser uma série de novas parcerias entre companhias farmacêuticas e empresas em áreas não tradicionais,
tais como computação, telecomunicações e até varejo. E eles já estão acontecendo.
A Novartis, por exemplo, assinou no mês passado um acordo de US$ 24 milhões com a Proteus Biomedical, dos Estados Unidos, para criar pílulas inteligentes, uma tecnologia capaz de transmitir dados de dentro do corpo. Com isso, será possível monitorar os sinais vitais dos pacientes e verificar se eles tomaram os remédios de que precisam.
Outros exemplos
A Bayer está conectando seu medidor de glicose infantil a consoles de videogame da Nintendo, a fim de promover os testes consistentes da presença de açúcar no sangue. E a divisão Lifescan, da Johnson & Johnson, criou um aplicativo para o iPhone que permite que os usuários carreguem em seus celulares resultados de leitura de monitores de glicose conectados.
“Veremos múltiplos tipos de colaboração no futuro”, disse Patrick Flochel, diretor da área de biológicas na Ernst & Young para a Europa, Oriente Médio, Índia e África. O movimento será propelido pelo foco em resultados, algo que as empresas farmacêuticas precisam promover
cada vez mais”, disse.
As grandes empresas farmacêuticas tradicionalmente dependem de alguns produtos de grande sucesso que garantem a maior parte de seu faturamento.
Mas esse velho modelo de negócios está se desfazendo, e elas diversificaram sua atuação para novas áreas como os serviços de saúde, além de cortar custos e formar alianças mais flexíveis com pequenas empresas de biotecnologia. Esse modelo revisado de operações é conhecido por alguns como Pharma 2.0.