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Uma droga já conhecida promete desacelerar a progressão do mal de Alzheimer. Enquanto as substâncias já usadas no tratamento, como Aricept, Exelon e Namenda, tentam evitar a deterioração da memória, pensamento e comportamento, o Dimebon, um antialérgico russo retirado do mercado há anos em razão da concorrência de medicamentos mais modernos, foca na doença propriamente dita. O medicamento entrou em estudos de fase III, envolvendo 525 pacientes voluntários da Europa, América do Sul e dos Estados Unidos, com diagnóstico de Alzheimer leve a avançado. A pesquisa, divulgada em julho na Lancet, uma importante revista na área médica, deve ser concluída em 2010, já que mais estudos são necessários para definir a eficácia do medicamento em comparação aos tratamentos já estabelecidos do mal de Alzheimer.
Entretanto, se a eficácia for comprovada, a empresa farmacêutica Pfizer e a especializada em biotecnologia, Medivation, já estabeleceram um acordo para desenvolver o medicamento para a doença de Alzheimer. O pacto pode representar um valor total de 725 milhões de dólares para elas. "O acordo parece ser uma oportunidade de risco e recompensa para a Pfizer", comentou o analista Les Funtleyder, da Miller Tabak. Desta maneira, o Dimebon estaria nas farmácias dos Estados Unidos a partir de 2011, não se sabe se com o mesmo nome ou com um novo. No Brasil, não há informações de quando o medicamento poderá ser comercializado. Já o suplemento de Ginkgo Biloba, um dos mais vendidos e usados por pessoas com intuito de preservar a memória e funções cognitivas, pode não ser útil na prevenção do mal de Alzheimer como muitos acreditam. Um estudo observou que a substância não foi capaz de prevenir Alzheimer ou qualquer outro tipo de demência.
A pesquisa publicada no "Journal of the American Medical Association", que observou 3.069 idosos a partir dos 75 anos por seis anos, concluiu que o composto não teria antioxidantes que preservariam a memória. O médico Steven Dekosky, da Escola de Medicina da Universidade de Virginia, está desapontado com o resultado de sua pesquisa já que estudos anteriores indicavam o contrário. Nesse cenário, o Dimebon chegaria ao mercado como a nova esperança à progressão da doença de Alzheimer. Os pacientes voluntários foram randomizados e 89 receberam Dimebon 10mg, três vezes ao dia por sete dias, seguido de 20mg três vezes ao dia por 26 semanas, enquanto 94 receberam placebo. Os grupos do Dimebon e do placebo eram semelhantes entre si em relação à idade média (68 anos), escolaridade (12,5 anos) e tempo de doença (cinco anos).
Foram avaliados do ponto de vista cognitivo, funcional e comportamental por meio de várias escalas no início do estudo, após 12 semanas e após 26 semanas. Todas as áreas avaliadas apresentaram melhora estatisticamente significativa ao longo do tempo no grupo que recebeu a droga. No grupo placebo houve deterioração clínica em relação à linha de base. O Dimebon foi bem tolerado e parece ser uma droga segura. Os efeitos colaterais mais comuns foram: boca seca e humor deprimido (ambos em 14% dos pacientes). "O Dimebon pode ser considerado um grande aliado futuro capaz de proteger os neurônios saudáveis da destruição causada pela doença", afirma o neurocirurgião Ricardo Teixeira.
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Pelas dúvidas que ainda cercam o Dim