Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), apresentou, nesta terça (30/03), o primeiro balanço dos dados obtidos através do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), que vem monitorando eletronicamente, desde 2007, as vendas de medicamentos controlados, realizadas nas farmácias e drogarias brasileiras.
O resultado da análise revelou diferentes hábitos de prescrição, dispensação e consumo em cada estado brasileiro. Para cada situação, foram adotadas medidas sanitárias com a finalidade de diminuir o uso abusivo de medicamentos, como imposição de maior controle sobre a prescrição e dispensação da sibutramina; priorização da fiscalização e treinamento nos estados com adesão abaixo de 50%; parceria com os Conselhos de Farmácia; comunicação ao Conselho Federal de Medicina dos maiores prescritores e utilização do sistema em 43 ações de inteligência (ASEGI/Anvisa) realizadas em 2009.
Esta primeira etapa avaliou o consumo dos seguintes medicamentos: cloridrato de sibutramina, anfepramona, femproporex, mazindol, cloridrato de fluoxetina e o cloridrato de metilfenidato.
Quanto à sibutramina, a Anvisa concluiu que é o inibidor de apetite mais vendido no país. Em países da comunidade européia, esse medicamento foi proibido, e nos Estados Unidos, tem venda restrita.
Devido à constatação de altíssimo nível de consumo da sibutramina no Brasil, a substância foi incluída na lista B2 da Portaria SVS/MS nº. 344/98 e deve ser vendida, a partir de agora, mediante notificação de receituário de controle especial B2, de cor azul.
Descobriu-se também que a grande quantidade de anorexígenos prescrita não condiz com as especialidades dos médicos. Também foram identificados os estabelecimentos farmacêuticos que mais comercializam as substâncias sob controle especial. A Anvisa vai fazer visitas a essas farmácias e drogarias para analisar as prescrições atendidas e outras situações relacionadas à dispensação dos medicamentos.
Segundo a Agência, esse balanço pode gerar impressões equivocadas, devido ao fato de não haver como comparar com o consumo realizado nos anos anteriores. Além disso, o SNGPC computou apenas os dados de 62% do total de drogarias e farmácias do setor privado, pois alguns estabelecimentos entraram com liminar para não participar do processo.