Dirio de São Paulo
O mercado de fusões e aquisições voltou à vida na segunda-feira, quando 10 acordos totalizando mais de US$ 27 bilhões foram anunciados, sendo mais da metade do valor em dinheiro.
Entre os maiores negócios, a Oracle acertou a compra da Sun Microsystems por US$ 7,4 bilhões; a GlaxoSmithKline pagou US$ 3,6 bilhões para comprar a Stiefel Laboratories; e a PepsiCo ofereceu US$ 6 bilhões, em ações e dinheiro, para adquirir a participação que ainda não possui em suas duas maiores engarrafadoras.
Executivos de banco de investimento disseram que os acordos sinalizam uma melhora na confiança empresarial e nas condições de mercado para as transações. Alertaram, no entanto, para o longo caminho que ainda há pela frente, antes de o mercado voltar aos níveis de atividade vistos na recente onda de assunção de dívidas.
"As companhias estão aproveitando uma melhora nos mercados para executar transações estratégicas que estavam em preparação", afirmou o codiretor de banco de investimento da Nomura, William Vereker. "Mas a confiança ainda é frágil e dependerá muito de como os mercados se comportarão nos próximos meses antes que os volumes de fusões e aquisições possam aumentar significativamente."
Outros consideraram encorajador ver transações sendo feitas em setores industriais diversos. A situação contrasta com a do primeiro trimestre, dominado pelo setor farmacêutico, um dos poucos relativamente estáveis e com fluxos de caixa sólidos. Os laboratórios também vêm sendo forçados a combinar-se pela ameaça decorrente do vencimento de suas patentes e dos rivais com produtos genéricos.
O valor e volume dos acordos mundiais acertados até agora neste ano, no entanto, continuam bem abaixo dos patamares verificados durante a recente onda de emissão de dívidas. No acumulado de 2009, as fusões e aquisições caíram cerca de 30% em relação aos US$ 659,5 bilhões verificados no mesmo período no ano passado. O recorde, de US$ 1,4243 trilhões, foi verificado em igual período de 2007, segundo a Dealogic.
"Historicamente os níveis de atividade de fusões e aquisições relacionam-se intimamente com a situação nos mercados de renda variável", disse Wilhelm Schulz, cochefe de fusões e aquisições do Citigroup na Europa. "Embora a recente força do mercado de capitais acionários tenha certamente incrementado a confiança geral, ainda há barreiras estruturais, como a disponibilidade de crédito, níveis de volatilidade e incerteza macroeconômica."
Embora as empresas estejam usando dinheiro para fechar negócios, os compradores com boas classificações de crédito e fluxos de caixa sólidos ou os que conseguem mostrar a lógica industrial do acordo também estão conseguindo convencer os bancos a emprestar.
Outras companhias voltaram-se para os mercados de bônus como alternativa às custosas dívidas de curto prazo dos bancos, recorrendo a títulos de longo prazo sem amortização. A Roche, pro exemplo, financiou sua oferta hostil pelos 51% da Genentech que não possuía, com dinheiro, commercial papers (papéis de curto prazo), bônus e empréstimos bancários.
"Isto é mais uma evidência d