INCA
O Brasil deu mais um importante passo rumo ao controle do câncer de mama. Durante o Encontro Internacional sobre Rastreamento do Câncer de Mama, promovido pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Rio de Janeiro, representantes da sociedade civil, profissionais da saúde, ONGs e demais instituições ligadas à abordagem deste tipo de câncer afinaram o discurso em defesa da implementação de um programa nacional organizado.
O rastreamento é uma estratégia de monitoramento das mulheres sem sintomas, com a realização de exames regulares, a fim de diagnosticar precocemente possíveis casos da doença na faixa etária de maior risco e incidência.
Durante o evento, foram apresentados programas bem-sucedidos na Europa, EUA, Canadá e Chile. A experiência internacional mostrou a importância de garantir e constantemente melhorar a qualidade em todas as etapas do processo de rastreamento, desde a informação e convocação individual para os exames, à avaliação das anormalidades, diagnóstico e tratamento subsequentes. Especialistas também apontaram como fundamental a implementação do programa associada a um eficiente processo de controle de qualidade.
O documento final do encontro com as recomendações para implementação de um programa efetivo de rastreamento de câncer de mama será divulgado depois que todos os participantes contribuírem com o resumo inicial, enviado a todos pela equipe do INCA. Esse documento técnico subsidiará o Ministério da Saúde para a regulamentação da Lei 11.664/2008, que entrou em vigor dia 29 de abril e assegura a atenção integral à saúde da mulher.
Ao estabelecer que todas as mulheres têm direito à mamografia a partir dos 40 anos, a nova legislação reafirma o que já é garantido pelos princípios do SUS. O texto não determina periodicidade para realização do exame, nem altera as recomendações de faixa etária para rastreamento de mulheres saudáveis.
No Brasil, o Consenso de Mama (documento elaborado em 2004 por gestores, ONGs, sociedades médicas universidades) recomenda como estratégia de controle da doença o exame clínico anual das mamas em mulheres de 40 a 49 anos, além da realização de mamografia para a faixa etária de 50 a 69 anos, repetida a cada dois anos.
Também faz recomendações específicas para mulheres pertencentes a grupos populacionais com risco elevado de desenvolver câncer de mama, que são exame clínico e mamografia anual a partir dos 35 anos. Hoje, o Sistema Único de Saúde prevê mamografia para todas as mulheres que tenham indicação médica de fazer o exame para esclarecimento de diagnóstico, sem limite de idade.
Veja mais no site do Instituto Nacional de Câncer (INCA):
http://www.inca.gov.br/releases/press_release_view.asp?ID=2064