O Estado de São Paulo
Estudo americano recomenda adição de quimioterapia ao tratamento padrão com o medicamento tamoxifen
A adição de quimioterapia ao tratamento padrão com tamoxifen em mulheres pós-menopáusicas que sofrem de câncer de mama de nódulo positivo aumenta o índice de sobrevivência e reduz as possibilidades de recaída. O benefício desse duplo tratamento é ainda maior quando o tratamento com tamoxifen é aplicado após a quimioterapia, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira, 10, na revista médica The Lancet e dirigido pela professora Kathy Albain, do Cardeal Bernardin Cancer Center, da Loyola University Chicago – Stritch School of Medicine (EUA).
Das 1,477 mil pacientes escolhidas ao acaso e observadas durante até 13 anos (nove anos em média), 60% das tratadas com quimioterapia seguida de tamoxifen estavam livres de recorrência depois de dez anos, contra 53% das que receberam quimioterapia e tamoxifen ao mesmo tempo e 48% das tratadas unicamente com tamoxifen.
Outro artigo da mesma equipe médica, que aparece na edição on-line da "The Lancet Oncology", indica que um teste de previsão de recorrência usado habitualmente (o de 21 genes) é capaz de prever se as pacientes do mesmo estudo vão se beneficiar com o tamoxifen.
O teste indica que as mulheres com risco elevado de recorrência são as que mais vão se beneficiar da quimioterapia auxiliar, enquanto aquelas que têm risco mínimo talvez não se beneficiem, o que poderia poupar-lhes dos efeitos tóxicos da quimioterapia.
Uma análise que levou em conta diferentes fatores de previsão indica que as mulheres nos grupos que receberam ambos os tratamentos simultaneamente e de maneira sucessiva tinham 24% menos chances de sofrer uma recaída do que as que receberam só tamoxifen, e 17% tinham mais possibilidades de sobrevivência.