Entre os cinco Estados que mais importaram medicamentos nos últimos dez anos, Goiás e Pernambuco registraram a maior alta na participação total de compras feitas pelo país no exterior, segundo a Interfarma (associação de pesquisa farmacêutica). O estudo foi feito com base em dados do Ministério do Desenvolvimento. Em Goiás, os desembarques saltaram de 3% das importações nacionais, em 2005, para 17% no ano passado. O valor atingiu R$ 1,1 bilhão em 2014. Detentor de um polo farmacêutico em Anápolis, com 231 companhias, o Estado atraiu multinacionais como Roche e Pfizer na base da política de incentivos fiscais. "O ICMS imposto estadual de remédios importados é isento aqui. Só as farmacêuticas já representam 3% da arrecadação", diz a secretária de Fazenda, Ana Costa. Em Pernambuco, as operações do porto de Suape explicam a evolução do Estado, que saiu de zero para 3% no total de desembarques. "Importar pelo porto e distribuir o medicamento a partir daqui reduziu o valor do frete", diz Thiago Norões, secretário de Desenvolvimento Econômico. Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro registraram quedas de 12, 4 e 3 pontos percentuais, respectivamente, no total das compras do exterior. "A importação não é o problema. O que falta são condições para o país aumentar as exportações e tirar o setor do deficit", diz Pedro Bernardo, da Interfarma. Fonte: Folha de S.Paulo