O Estado de São Paulo
Farmácias repassam informações para pesquisas de mercado
Os laboratórios farmacêuticos multinacionais que operam no Brasil admitem que atualmente até 15% das 35 milhões de prescrições médicas feitas por mês no País são captadas pelo setor. As farmacêuticas recolhem dados das receitas no momento em que são apresentadas nas farmácias, como o nome do médico, o medicamento recomendado e se a compra foi de um produto de marca ou genérico.
Para entidades médicas e de farmacêuticos, isso é um comportamento antiético, em razão da possibilidade de violação do sigilo entre médicos e pacientes e até mesmo de que dados pessoais de doentes possam ser mal utilizados.
O Estado de São Paulo verificou que em pelo menos três redes de São Paulo o registro do médico é recolhido em boletos de papel, com informações, por exemplo, se a compra foi realizada via convênio médico. Quando o cliente mostra a receita, os dados são anotados no boleto pelo balconista, e, no caixa, os dados são digitados antes da finalização da compra.
A Anvisa informou que conselho de medicina discute o assunto, mas ainda não chegou a um consenso.