Ascoferj
Presidente por oito anos da Ascoferj, o empresário Ruy de Campos Marins acompanhou de perto a fundação da entidade e conhece como ninguém as motivações da época. Nesta entrevista, o fundador relembra alguns momentos que passou ao lado de outros companheiros e os desafios que enfrentou para colocar a Associação de pé.
Revista da Farmácia: Como se iniciou o processo de fundação da Ascoferj?
Ruy de Campos Marins: O idealizador de tudo foi o empresário Rodolfo Roth, proprietário de uma farmácia no Leblon. Ele convidou a mim e outros colegas para fundar uma associação que pudesse representar a classe e atuar em áreas em que o sindicato era ausente, muitas vezes em função de sua relação delicada com o Ministério do Trabalho. A associação foi fundada, mas permaneceu inativa nos seus primeiros meses de vida devido a vários fatores. Depois de alguns anos, fui a uma convenção e entrei em contato com outros estados. Cheguei à conclusão que já passava da hora de termos uma representação efetiva. Voltei da viagem decidido a reativar a Ascoferj. Procurei meus colegas e disse ‘Temos que dinamizar a Ascoferj’. Realizamos eleições e fui eleito presidente. Por falta de recursos financeiros, fazíamos o que se chama de vaquinha. Contratei uma secretária, a Lucia, e ela começou a trabalhar dentro da minha farmácia. As reuniões eram itinerantes, uma vez por mês, nas farmácias dos diretores.
RF: O que a Lucia fazia?
RCM: A secretária ligava para farmácias e drogarias para informar sobre a existência da associação e dizer que estávamos dispostos a trabalhar para a aglutinação da classe. O resultado foi positivo. Algum tempo depois, Aluízio Monttechiari, batalhador incansável, conseguiu uma sala na sede da Associação Comercial Leopoldinense para instalarmos a Ascoferj. Lá, adquirimos uma linha de telefone para continuar o trabalho de telemarketing. Contratamos um jornalista e os serviços de clipping para acompanhar os acontecimentos do setor. Assim que saía a notícia, nos posicionávamos. A Ascoferj sempre esteve na mídia opinando sobre as questões do setor.
RF: Quais eram os desafios que o setor enfrentava na época?
RCM: O principal era a inflação. Qualquer engano na remarcação de preços dos produtos sujeitava os empresários a multas e até ameaças de prisão. Já algumas farmácias tinham prejuízo porque não remarcavam a tempo e a hora. Era o tempo da pistoleira.
RF: Na época de fundação, foi difícil mobilizar a categoria?
RCM: Não foi tão difícil porque nossos colegas estavam órfãos de informação e apoio.
RF: Que serviços eram prestados à época da fundação?
RCM: Todo o trabalho feito hoje pela Associação, como contato com autoridades municipais, estaduais e federais e relacionamento com outras entidades do setor. A ABCFARMA, por exemplo