O Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL) e a Veja Saúde, com o apoio da Novartis, lançaram recentemente o estudo “Cuidadores do Brasil”. A pesquisa ocorreu entre outubro de 2020 e janeiro de 2021 e contou com a participação de 2.534 cuidadores – sendo 2.047 familiares e 487 profissionais – de todas as regiões do País.
Entre os destaques do estudo inédito, estão que seis em cada dez participantes do estudo têm pelo menos 50 anos, sendo 27% deles com idade igual ou maior que 60 anos. Além disso, 90% dos entrevistados tiveram que assumir o papel de cuidador por ser o parente mais próximo e não dispor de condições financeiras para contratar um profissional. As mulheres são maioria: 83% entre os cuidados familiares e 91% entre os profissionais.
“Ganha corpo uma geração de brasileiros com mais de 50 anos cuidando de idosos, que nem sempre pode dar a devida atenção às suas próprias necessidades de saúde. O estudo aponta que já passou pela cabeça de 46% desses familiares renunciarem à atividade, mas apenas 3% o fizeram. A saúde mental dessas pessoas também deve ser ponto de atenção”, alerta Marlene Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida e idealizadora do estudo.
Outro ponto importante é que 80% desses cuidadores familiares não têm cursos na área da saúde e 83% de todos os entrevistados não são remunerados pelo trabalho que exercem. “A responsabilidade é enorme e a jornada de trabalho é diária para oito em cada dez familiares. Muitos deles não têm com quem revezar. O cuidador profissional sofre ainda mais nessa jornada: não é raro que seu escopo de atividades seja confundido dentro dos lares, fazendo com que assumam outras tarefas na residência”, explica Marlene.
Em relação aos impactos do trabalho na saúde emocional e física, 48% dos cuidadores sofrem com estresse e um em cada cinco com insônia. Também são comuns relatos de dores e lesões por esforço repetitivo (LER).
O presidente da Novartis Brasil, Renato Carvalho, ressalta a importância da pesquisa para o mercado da saúde, inclusive para a indústria farmacêutica: “Os achados dessa pesquisa nos mostram os gargalos que persistem na profissionalização e organização das atividades desses trabalhadores e, por isso, pode se tornar base para iniciativas e políticas das empresas do setor, do governo e de associações de pacientes, como o próprio Instituto Lado a Lado já atua, para orientação e educação do cuidador, seja ele familiar ou profissional”.
Entre os cuidadores familiares, 96% participam das decisões relacionadas ao bem-estar do paciente e 88% estão ao seu lado nas consultas médicas. Entre os profissionais, 82% vão às consultas. Aproximadamente 95% deles afirmam seguir à risca a maioria das recomendações médicas e 74% incentivam o paciente a se manter ativo.
A pesquisa completa pode ser encontrada no portal do Instituto Lado a Lado pela Vida.
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Fonte: Revista da Farmácia