Jornal Estado de Minas
A concorrência no mercado farmacêutico brasileiro está acirrada. A comercialização de genéricos está mostrando força e, para competir com eles, grandes laboratórios do país estão reduzindo o preço dos medicamentos de referência. Em drogarias de Belo Horizonte, é possível encontrar remédios patenteados até 40% mais baratos que os genéricos.
Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos – Pró-Genéricos, Odnir Finotti, essa tendência é um ciclo vicioso, que beneficia o consumidor. “A prática vem se tornando comum no Brasil e é a maior prova de que os genéricos cumprem o papel de regulador de mercado, estimulando a concorrência”, afirma. De acordo com ele, sempre que houver o lançamento do genérico, o preço do medicamento de referência deve ser reduzido. “E o preço do genérico reajustado novamente, forçando maiores quedas. Isso favorece o consumo e facilita o acesso dos consumidores aos medicamentos e à saúde”, ressalta.
Dados divulgados ontem pela Pró-Genéricos revelam que o mercado de genéricos apresentou crescimento de 34,1% em volume no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2009. É o maior crescimento semestral registrado pelo setor desde 2003. De janeiro a junho, foram comercializadas 200,4 milhões de unidades ante 149,4 milhões nos seis primeiros meses do ano passado. As vendas do segmento movimentaram R$ 2,8 bilhões em 2010, ante R$ 2,015 em igual período de 2009, crescimento de 38,1%.
Em relação à participação de mercado, os genéricos fecharam o semestre com 20,5% de market share em unidades, 2,5 pontos percentuais acima do registrado no mesmo período do ano passado (18%). Pelo critério valor, encerraram o semestre com 16,5% de participação, contra 14,5% registrado em igual período de 2009.